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O Dia da Abolição da Escravatura será lembrado nestas quinta e sexta-feiras (12 e 13) com dois atos públicos na região central de São Paulo, organizados por entidades do movimento negro. Elas reivindicam o fim do genocídio contra a população negra, a manutenção de cotas em universidades e reparação histórica para os negros. As manifestações incluem ainda a defesa da cassação de mandato de parlamentares como Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP), por racismo.
A “15ª Marcha Noturna pelos 123 anos da falsa abolição da escravatura” terá concentração a partir das 18h desta quinta na rua do Carmo, na Sé, com término no Largo do Paissandu. O evento enfatiza a memória de personalidades negras, como o Padre Batista, pioneiro na criação da Pastoral Afro. No dia seguinte, as mobilizações do “Dia Nacional de Denúncia do Racismo” terão início às 12h, com ato político e manifestações culturais em frente ao Teatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo. Logo depois, às 19h, o grupo seguirá em passeata pelas ruas do centro.
As reivindicações contra Bolsonaro decorrem de comentários recentes em que ele associou pessoas negras à promiscuidade. O parlamentar alega que o episódio foi um mal entendido. No caso do pastor Marco Feliciano, as declarações contestadas foram publicadas em seu perfil do Twitter, dizendo que os africanos seriam “amaldiçoados”.
Em nota, a Uneafro, que articula um dos atos, rechaça a conduta dos deputados federais. “Infelizmente as palavras destes parlamentares racistas soam apenas como versão em prosa e verso de uma dura realidade que, 123 anos após a abolição, persiste: a morte física, cultural e simbólica de negras e negros”, critica o texto de convocação para a manifestação.
De acordo com o estudo Mapa da Violência publicado em 2011 pelo Ministério da Justiça, de 2006 a 2012 33,5 mil jovens serão assassinados no Brasil. A maior probabilidade é de que as vítimas sejam negras. Os ativistas destacam ainda privações relacionadas a direitos fundamentais, como à saude, já que 40,9% das mulheres negras nunca realizaram exame de mamografia ou Papanicolau, segundo o Relatório Desigualdades Raciais de 2010, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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