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O Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que tem posse marcada para hoje (06/02/2012) como novo Ministro das Cidades, é dono de duas emissoras de rádio no interior da Paraíba que foram registradas em nome de empregados seus.
As emissoras Cariri AM e PB FM estão no nome da empresa AE Comunicações da Paraíba Ltda., sediada no escritório político que Ribeiro mantém na capital, João Pessoa.
Os sócios da empresa, contudo, segundo registro da empresa na Junta Comercial da Paraíba, são um ex-contador e um assessor pessoal do ministro. A firma foi criada em fevereiro de 2010.
Uma das rádios controladas pela AE Comunicações, a Cariri AM, funciona no mesmo endereço, em Campina Grande (a 121 km da capital), da sede da River Comunicações Ltda., criada pelo ministro em setembro de 2009.
Como o jornal "Folha de S.Paulo" revelou ontem, a River é uma das quatro empresas que o ministro omitiu em sua declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral em 2010, quando se elegeu deputado federal.
Locutor festeja indicação
A transmissão da Cariri deixa claro quem é o verdadeiro dono da emissora. Na sexta-feira, logo após a confirmação do nome de Aguinaldo Ribeiro como novo ministro, a rádio dedicou duas horas de homenagem a "Aguinaldinho", como era chamado pelos locutores. "Isso aqui é rádio de ministro, rapaz!", afirmou um dos apresentadores, minutos após ser confirmado que Aguinaldo comandaria a pasta das Cidades.
A deputada estadual Daniella Ribeiro (PP), irmã do ministro e pré-candidata à Prefeitura de Campina Grande, tem um programa próprio na rádio, denominado "Mandato Popular".
"Sócios"*
As ações da AE Comunicações estão divididas entre Alex Barreto e Givaldo Nunes.
Barreto é uma espécie de braço direito do ministro. Filho de Alexandre Viana Barreto, motorista de Aguinaldo em João Pessoa, ele é um dos três funcionários que dão expediente no escritório de Ribeiro na Paraíba.
Nunes é contador aposentado e trabalha com Ribeiro desde os anos 90.
Resposta
Parlamentar e assessora não atendem ligações Procurado desde a manhã de anteontem para comentar a reportagem, o deputado Aguinaldo Ribeiro atendeu uma ligação na noite de sábado, mas, depois que o repórter se identificou, pediu que ligasse de volta em dois minutos. Assim foi feito, mas, desde então e durante o domingo, seu celular ficou desligado. A reportagem ligou para a assessora Márcia Gomes, cujo celular também estava desligado.
Alex Barreto, que também não atendeu os telefonemas, disse no Twitter que Aguinaldo Ribeiro está sendo vítima de "preconceito" por parte da "grande mídia". Na tarde de ontem, Alex atendeu seu celular, mas desligou o aparelho quando a reportagem se identificou. Já Givaldo Nunes disse que virou sócio da rádio a pedido de Alex Barreto e que deixou de trabalhar com Ribeiro porque ficou doente.
Folha de S.Paulo.