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As ações fizeram parte da “Jornada de Lutas das Mulheres da Via Campesina.” Foram realizadas marchas, ocupações de rodovias, prédios do Incra e do BNDES, além de interdição de empresas produtoras venenos.
Além do tema agrotóxico, as camponesas, em conjunto com outros movimentos feministas urbanos, mostraram que as mulheres ainda são discriminadas no ambiente de trabalho, sofrem com o machismo e com a violência. Elas também pediram agilidade no processo de desapropriação de terras para a reforma agrária.
A integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marisa de Fátima da Luz, afirma que a jornada foi importante, pois os temas agrotóxico e violência contra a mulher foram ampliados para todo o conjunto da sociedade.
“Em muitos estados onde foram realizadas atividades com a temática dos agrotóxicos houve um envolvimento amplo do conjunto da sociedade. Outro tema importante foi a violência contra a mulher. Esse tema dialoga com a realidade e com as organizações urbanas de mulher. Organizar a luta é um espaço importante de formação das mulheres, no sentido de se dar conta da possibilidade de conquistas de seus direitos e de visibilidade no conjunto da sociedade.”
O Brasil ocupa o primeiro lugar na lista de países consumidores de agrotóxicos desde 2009. Mais de 1 bilhão de litros de veneno foram utilizados na última safra. A pesquisa “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e Privados” mostrou que 48% dos homens afirmam ter “amigo ou conhecido que bateu ou costuma bater na companheira”.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.