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Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) ocupam desde o fim da noite de quinta-feira (27) o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Os manifestantes reivindicam o cancelamento do convênio assinado pela Universidade com a Polícia Militar em setembro deste ano, a retirada dos policiais militares do campus e o fim dos processos administrativos e criminais que correm contra alunos e funcionários motivados por causa da atuação política na USP.
A ocupação foi decidida em assembleia com mais de 500 estudantes, após um confronto que ocorreu no estacionamento da FFLCH entre estudantes e dezenas de policiais, que estavam em quinze carros da Polícia Militar. Entre bombas de gás lacrimogêneo e cassetetes de um lado e pedradas do outro, a Polícia recuou e se retirou da Faculdade às pressas.
A revolta começou por volta das 18h, depois que PMs abordaram e prenderam três estudantes do curso de Geografia, que fumavam maconha dentro de um carro, no estacionamento que fica entre o prédio dos cursos de História e Geografia e o prédio do curso de Ciências Sociais. Após horas de manifestação, os alunos foram deslocados para uma sala de aula, com a presença dos seus advogados e da diretora da FFLCH, Sandra Nitrini. Os três acabaram detidos e seguiram para 91º DP, localizado na Avenida Gastão Vidigal, cerca de nove quilômetros do Campus.
A ida até o DP, onde ficaram acompanhados por Nitrini até por volta da 1h, rendeu a assinatura de um termo circunstanciado.
A indignação contra a PM no campus é antiga. Em setembro deste ano, a Universidade firmou um Convênio com a Polícia Militar para, supostamente, aumentar a segurança no campus. O que houve, entretanto, foi o aumento da repressão. Atualmente, é comum estudantes relatarem abordagem e revista por policiais. Até mesmo senhoras, conforme lembraram estudantes durante a assembleia, já foram revistadas e ficaram indignadas.