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São Paulo – Desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (29), os bancários de instituições financeiras públicas e privadas estão paralisando as atividades na luta por uma proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que contemple aumento real nos salários, Participação nos lucros ou resultados (PLR), pisos salariais maiores e melhores condições de trabalho. A greve é por tempo indeterminado,segundo o comando nacional do movimento da categoria.
Na capital paulista, a paralisação foi aprovada em assembleia realizada na noite da terça-feira (28), que concentrou cerca de 2 mil trabalhadores. Em balanço geral, 610 locais de trabalho (sendo 12 centros administrativos e 598 agências bancárias), fecharam nesta quarta-feira, com a estimativa de participação de 24 mil trabalhadores em São Paulo, Osasco e região. No ABC, outros 1.500 cruzaram os braços.
- 11% de reajuste salarial.
- Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
- PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
- Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
- Previdência complementar em todos os bancos.
- Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
- Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários.
- Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
- Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.
“Os banqueiros levaram os bancários à greve, já que após cinco rodadas de negociações não apresentaram proposta que prevê aumento real de salários”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. “O fim da greve está nas mãos dos banqueiros, que têm condições para apresentar uma proposta à altura das reivindicações dos trabalhadores e dos resultados dos bancos”, ressaltou.
Segundo informe da Contraf-CUT, além dos bancários de São Paulo, também cruzaram os braços trabalhadores das bases do Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Florianópolis, Salvador, Mato Grosso, Alagoas, Acre, Piauí, Rondônia, Ceará, Espírito Santo, Bahia, Pará, Amapá, Roraima, Niterói (RJ), Campinas (SP), Bragança Paulista (SP), Angra dos Reis (RJ), Baixada Fluminense (RJ), Três Rios (RJ), Araraquara (SP), Campina Grande (PB), Guarapuava (PR), Juiz de Fora (MG), Limeira (SP), Vitória da Conquista (BA), Dourados (MS), São Borja (RS), Cruz Alta (RS), Vale do Paranhana (RS), Santo Ângelo (RS), ABC (SP), Irecê (BA), Londrina (PR), Mogi das Cruzes (SP), Nova Friburgo (RJ), São José dos Campos (SP), Teresópolis (RJ), Sul Fluminense (RJ), Franca (SP) e Cariri (CE).
A Contraf-CUT publicou em seu site uma carta aberta explicando os motivos da paralização aos clientes. A carta pode ser vista em PDF no link http://www.contrafcut.org.br/download/publicacoes/1092994048.pdf
Contas
A greve não afeta os postos de autoatendimento, nem os serviços via internet. Pagamento de boletos e contas podem ser feitos por estes sistemas.
Passeata e Assembleia
Na quinta-feira os bancários realizarão uma passeata pelo centro da capital paulista. No dia seguinte, sexta-feira (1º), nova assembleia será realizada para decidir o rumo da greve.
Colaborou: Guilherme Amorim