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Pelo Acordo Coletivo do Trabalho (ACT), empilhadeiras só podem ser manuseadas com a presença de dois operadores. Na ocasião, só havia ele. Diante disso, o funcionário pediu para o supervisor liberá-lo do trabalho. Além de ter o pedido negado, o supervisor chamou a Polícia Militar (PM) que prendeu o trabalhador. O Portocel é administrado pela empresa Fíbria – nome atual da antiga Aracruz Celulose.
Após o fato, o Sindicato dos Estivadores e dos Trabalhadores em Estiva de Minérios do Estado do Espírito Santo divulgou nota onde diz que a “Fíbria tem histórico de truculência com os movimentos sociais no estado e que as arbitrariedades praticadas pela empresa remetem a momentos históricos da escravatura e ditadura” do país.
Para Cícero Benedito Gonzaga, presidente do Sindicato, o fato é inaceitável. Ele pretende levar o caso para a justiça do trabalho.
“Vamos entrar com uma ação interpelando a empresa. O trabalhador individualmente também vai pleitear os seus direitos, pois passou uma humilhação tremenda. Fora o assédio moral que ele está sofrendo, pois não é a primeira vez que isso ocorre com ele. O pior é a autoridade pública, que é a Polícia, receber ordem de empresa privada. Somos contrários a isso também e vamos fazer uma denúncia. Inclusive a área que foi ocupada pela PM é alfandegária que só pode entrar lá a Polícia Federal.”
O trabalhador ficou detido durante toda a madrugada. De acordo com a Portocel, a culpa pela prisão do estivador foi da PM. Porém, no Boletim de Ocorrência (BO), consta que “foi feito o uso de algema no abordado por seu supervisor alegar ser o estivador pessoa perigosa”.
De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.