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Abertura do 1º Encontro Nacional das Mulheres Atingidas por Barragens, no Parque da Cidade, em Brasília (04 de abril) FOTO: Leandro Silva
Para a integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) – que organiza o Encontro – Soniamara Maranho, as mulheres que vivem nas áreas inundadas são as maiores vítimas.
“Quando chega uma empresa, 70% das pessoas não recebem nada, as famílias precisam sair e são desestruturadas. E quem segura tudo são as mulheres. Sem contar que elas têm que cuidar dos filhos e dos idosos. Muitos acabam morrendo porque não entendem essa desenraização que acontece no processo de apropriação das terras para se construir as obras.”
Soniamara também revela uma contradição no modelo energético: parte significativa dos atingidos por barragens não tem energia elétrica em casa.
“As mulheres sofrem mais com a falta de energia. Aumenta o trabalho delas em casa. Estraga o alimento porque não tem geladeira, são isoladas dos meios de comunicação, não tem rádio, televisão, nem telefone.”
No encerramento do encontro, nesta quinta-feira (7), as mulheres realizam um ato político e participam da marcha de lançamento oficial da “Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida”.
Representantes do governo que participaram do encontro receberam cópias do documento que aponta uma série de violações de direitos que ocorrem em praticamente todas as obras.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.