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A maior parte desses candidatos tem menos de 60 segundos de exposição no horário eleitoral gratuito. Além disso, suas agendas de campanha são ignoradas pelo noticiário e a baixa pontuação nas pesquisas de intenção de voto não permite a participação em debates na televisão.
No dia 21 de setembro, o jornal Brasil de Fato promoverá um debate com os candidatos que defendem propostas no campo da esquerda. O debate será realizado na sede da Ação Educativa, em São Paulo (SP), e terá início às 21 horas.
Em entrevista à Radioagência NP, o editor do Brasil de Fato, Nilton Viana, fala das contribuições que o debate pode dar ao processo eleitoral. Ele revela que candidatos com boa pontuação também serão convocados e ainda avalia a ausência de enfrentamento político na corrida presidencial.
Radioagência NP: Nilton, O debate pretende reunir quais candidatos à Presidência da República e quais os critérios para a convocação?
Nilton Viana: É o primeiro esforço que nós do Brasil de Fato, em parceria com outros setores da esquerda e setores progressistas estamos fazendo no sentido de realizar esse debate com os candidatos à Presidência do campo da esquerda. Os critérios são os mesmos do Conselho Editorial do Brasil de Fato, que é um Conselho plural no campo da esquerda. Portanto, vamos convidar a candidata Dilma Roussef (PT), o Ivan Pinheiro (PCB), o José Maria (PSTU), a Marina Silva (PV), o Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e o Rui Costa (PCO). Ou seja, todos do campo da esquerda e do campo progressista.
RNP: Que contribuições um debate com esses candidatos pode trazer para o processo eleitoral?
NV: As eleições, que sempre foram um espaço político importante no sentido de debater projetos para o país e ajudar a elevar o nível de consciência da população, estão cada vez mais despolitizadas e dependentes do poderio econômico. Nós vamos abrir esse espaço justamente para contribuir com um debate de projetos, ideias e questões que realmente interessam à população brasileira e aos graves problemas do povo brasileiro.
RNP: Por que não há um enfrentamento político entre os candidatos com maior exposição midiática?
NV: A campanha eleitoral se transformou, na televisão, num mero marketing político de pessoas e não de programas. Dependem cada vez mais dos grandes esquemas econômicos dos grandes grupos. Ou seja, a campanha é muito cara. Hoje em dia não temos mais a campanha feita na rua pela militância. Hoje existe uma militância “paga” e material de propaganda sofisticado e isso se tornou um fato muito normal nas campanhas ultimamente. Portanto, nós entendemos que um debate como esse é um esforço que o Brasil de Fato faz, juntamente com outros meios alternativos, no sentido de ajudar a elevar um pouco mais o nível do debate político nesse processo eleitoral.
RNP: Como o debate será estruturado e como os temas serão abordados?
NV: O debate está estruturado de forma a não estimular o enfrentamento de divergências internas, mas sim de estimular o debate de ideias. O debate terá cinco ou seis blocos e nesses blocos todos os candidatos terão três minutos para responder as mesmas perguntas, sendo que em dois ou três blocos as perguntas serão feitas por um mediador do Brasil de Fato. No bloco seguinte, jornalistas farão perguntas aos candidatos. Em outro bloco, as perguntas serão dos internautas coletadas nos dias que antecedem o debate. E, no final, todos os candidatos poderão fazer as suas consideraçãoes finais.
RNP: Como será o esquema de transmissão e que objetivos se prentede alcançar?
NV: O debate será realizado no auditório da Ação Educativa, no dia 21 de setembro, às 21 horas. A ideia é que seja um debate para a mídia. Ou seja, será transmitido pelo Brasil de Fato – via internet –, além de rádios e tvs comunitárias que somarão conosco. Estamos fazendo um esfroço de articular outros veículos de comunicação da imprensa alternativa e popular, no sentido de dar amplitude ao bebate e levar as ideias do campo progressista e de esquerda para a população brasileira.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.