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A presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, anunciou hoje (16) a expropriação de 51% das ações da YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales, em castelhano), principal empresa de petróleo do país, atualmente controlada majoritariamente pela europeia Repsol.
Cristina justificou a decisão com base na falta de investimentos por parte da principal acionista da empresa, privatizada durante o governo de Carlos Saúl Menem (1989-99). “A prosseguir com esta política de esvaziamento, de não produção, de não exploração, nos tornaríamos praticamente um país inviável. Por políticas empresariais e não por recursos, já que somos o terceiro país do mundo, segundo a agência de petróleo dos Estados Unidos”, afirmou em um ato na Casa Rosada.
Nas últimas semanas, governadores aliados a Cristina anunciaram a expropriação de vários campos que deixaram de funcionar ou que operavam abaixo da capacidade. Agora, segundo o projeto que será enviado ao Congresso, o governo nacional terá o controle de 26,01% do total de ações e as províncias dividirão 24,99% dos papéis.
A presidenta lamentou que a Argentina precise atualmente importar gás e petróleo, o que levou a uma declaração de interesse público sobre as reservas do setor como forma de garantir a autosuficiência em abastecimento. O projeto terá a previsão ainda de que uma nova privatização só poderá ser aprovada mediante o apoio de dois terços do Congresso.
Espanha reage
O governo espanhol condenou a decisão do governo argentino e anunciou que nos próximos dias adotará medidas contra a proposta de Cristina Kirchner. A esquerda espanhola e ecologistas viram a decisão com mais cautela e aproveitaram para criticar a política exterior do direitista Partido Popular espanhol.
“O governo condena com absoluta energia a arbitrariedade do governo da Argentina de se apropriar da ações que a Repsol possui da YPF”, afirmou o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, José Manuel García Margallo. “É uma medida arbitrária que rompe o clima de cordialidade e amizade que tradicionalmente presidiu as relações entre Argentina e Espanha.”
Hillary critica
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, advertiu que há riscos na decisão do governo da Argentina. Ela disse que o modelo que estimula a concorrência e o mercado de commodities é o ideal.
“Acho que essa decisão será muito debatida. Não vou dar opinião aqui porque não conheço em detalhes a decisão”, disse a secretária, depois de se reunir por cerca de uma hora com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, no Itamaraty.
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