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Fotos: Felipe Canova
Silvia Alvarez Correspondente em Tegucigalpa (Honduras)
Centenas de pessoas acompanharam o ex-presidente Manuel Zelaya até a Vara Criminal de Tegucigalpa na segunda-feira (20), na capital hondurenha. Em sua primeira manifestação de rua desde que voltou do exílio, Zelaya e a Frente Nacional de Resistência Popular protestaram contra a perseguição política e jurídica do advogado Enrique Flores Lanza, ex-ministro da Presidência do governo Zelaya. “Como é possível que persigam as vítimas e protejam aos que deram o golpe de Estado?”, protestou o ex-mandatário durante o ato.
O advogado, considerado o “braço direito” de Zelaya, recebeu uma ordem de prisão domiciliar, na semana passada, acusado de desvio de dinheiro público no processo da campanha da Quarta Urna, uma consulta popular que pretendia perguntar se a população era a favor da instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Flores Lanza voltou do exílio junto com Zelaya, em 28 de maio.
Além da prisão, a Justiça cobrou o pagamento de uma fiança de 27 milhões de lempiras (cerca de US$ 1,4 milhão), em um prazo de 30 dias, sob a pena de ir para a Penitenciária Nacional caso não cumpra o pagamento.
O ex-presidente acusou o atual, Porfírio Lobo Sosa, de descumprir o acordo deCartagena, firmado entre os dois políticos em 22 de maio, na Colômbia. O acordo previa a volta de Zelaya e de todos os exilados “em condições de segurança e liberdade, com reconhecimento pleno de seus direitos segundo a Constituição e as leis de Honduras”.
“O primeiro que me ligou pra rechaçar o golpe de Estado quando eu estava na Costa Rica foi esse que firmou o acordo de reconciliação comigo”, disse Zelaya. “Peço ao povo hondurenho que analise se Porfírio Lobo Sosa tem boa fé”, completou. O julgamento do advogado, que estava previsto para hoje, foi suspenso.