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Para o presidente do Sindicato dos Ferroviários de Trens de Passageiros da Sorocabana (Sinferp), Éverson Paulo dos Santos Craveiro, a tentativa do secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, de negar graves problemas na rede metro-ferroviária do estado é “o absurdo dos absurdos”. Durante reunião convocada por deputados estaduais, na quarta-feira (18), Fernandes minimizou as falhas nas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô. Segundo ele, os “defeitos estão dentro de quadro estatístico” e a facilidade de interação de usuários com meios de comunicação cria impressão de colapso, situação que ele negou.
“’Normal’, ‘aceitável’, ‘dentro dos parâmetros’. Querem agora nos fazer crer que existem falhas e falhas diferenciadas pelo tempo de reparo”, apontou Craveiro em artigo, publicado ontem (20), no blogue São Paulo Trem jeito. “Oremos todos para que esse conformismo não seja adotado pelos serviços aéreos e de saúde. ‘Ora, mas só caíram dois aviões neste mês, mas só morreram três pacientes por erro médico nesta semana”, ironiza.
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O sindicalista critica os projetos dos “iluminados de plantão”, que tentam explicar os problemas pela lógica de que há “usuários demais” e não “trens de menos”. Segundo ele, projetos do sindicato que apontavam a necessidade de ampliação da malha ferroviária da CPTM “foram desqualificados” e vistos como “provocação”. “Ridiculamente, esses mesmos representantes não sabem, agora, o que fazer com o excesso de demanda e dele reclamam atribuindo ao volume de usuários a causa da incapacidade de atendê-los”, dispara Craveiro.
Ele cita contradições entre discurso e prática da gestão do estado e da capital paulista que implanta rodízios, ensaia um pedágio urbano, controla o tráfego de caminhões, mas “não oferece capacidade de atendimento a toda essa gente quando ela corre para os trens e ainda fala-se em ‘tsunami de usuários'”, apontou em referência ao termo usado por Fernandes para justificar a superlotação do sistema, principalmente a partir da operação da Linha 4 – Amarela do Metrô em horário integral.
Para o dirigente sindical, a administração do sistema metro-ferroviário retoma agora problemas do passado da rede para minimizar os problemas atuais. “Tenham esperança, dizem, pois tudo já foi pior. Ao invés de olhar para frente, o usuário é encabrestado pelos ilusionaistas, volta-se ao passado, conforma-se com o presente, e apenas aposta nas promessas vagas do futuro”, vaticinou.