Metalúrgicos da Volks no Paraná conquistam PLR e reajuste e encerram greve de 39 dias

Metalúrgicos da fábrica da Volkswagem em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, decidiram em assembleia encerrar a paralisação que completou 37 dias nesta sexta-feira (10), após aprovar acordo que inclui participação nos lucros ou resultados (PLR) e aumento salarial. Para fechar o acordo, foi montada uma equação financeira que inclui parte dos ganhos do ano que vem relativos à PLR e ao 13º salário. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, o valor total poderá chegar a R$ 21.680 por funcionário.

Em relação à PLR, principal item de divergência, a empresa pagará uma parcela inicial de R$ 5.200, valor já pago em outras unidades da montadora e que era rejeitada pelos trabalhadores. De acordo com o sindicato, o prêmio total poderá ser de R$ 11.500, caso 100% das metas sejam atingidas. Se o valor pago nas unidades de São Paulo for maior, haverá equiparação. Sindicato e Volks também acertaram as regras para a PLR de 2012: a primeira parcela corresponderá a 52% do total pago este ano. A segunda parcela será discutida no segundo semestre de 2012.

Também foi fechado acordo referente à data-base deste ano. A empresa pagará 100% do INPC mais 2,5% de aumento real, em um índice estimado em 10,3%, respeitado o teto salarial de R$ 7.630 .Os trabalhadores também receberão um abono de R$ 4.200, divididos em duas parcelas iguais, em setembro e dezembro. Foi definido ainda um novo plano de cargos e salários, com reajustes diferenciados conforme o step (faixa salarial).

Para compensar os 28 dias úteis parados, o trabalhador tem duas opções. Ele poderá optar por manter o desconto já feito pela empresa em maio e que fará em junho. Nesse caso, os dias já estarão pagos. Na outra, poderá ter descontados dois dias por mês, de maio deste ano até junho de 2012. Haverá 16 dias adicionais de produção, seis este ano e dez no ano que vem. O acordo prevê que nenhum trabalhador será demitido por causa da greve.

Para o presidente do sindicato, Sérgio Butka, prevaleceu bom senso durante a negociação. “Buscamos isso durante os dias de greve, onde entendemos que só o bom senso levaria ao nível de negociação que a gente queria. Se, por um lado, os trabalhadores concordaram com 16 dias adicionais de produção, por outro a empresa também se preocupou em fazer um pacote que contemplasse PLR, abono, data-base e tabela de cargo e salários”, disse. “Isso garante aos trabalhadores uma injeção de R$ 21.680 em 12 meses, na qual o trabalhador já pode se programar para fazer o conserto da casa, trocar de carro… É um bom avanço”, comemorou.

De acordo com a entidade, 22.990 veículos deixaram de ser produzidos durante a paralisação. A fábrica paranaense, com 3.100 funcionários, produz os modelos Fox, Crossfox e Golf. O prejuízo teria sido superior a R$ 1,1 bilhão.

A montadora, em nota à imprensa, confirma que os trabalhadores da unidade de São José dos Pinhais voltarão ao trabalho nesta segunda-feira (13).

Com informações da Reuters