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Por Vivian Fernandes
Um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que dos 500 mil casos de câncer registrados no país todos os anos, ao menos 25 mil têm relação com o trabalho exercido pelo paciente. A exposição a produtos químicos e a falta de equipamentos de segurança adequados estão entre os causadores de mais de 19 tipos de tumores malignos. Os dados constam no documento “Diretrizes para vigilância do câncer relacionado ao trabalho”, lançado esta semana.
O índice de 4% dos casos é baseado em pesquisas europeias, sendo que no Brasil, e outros países em desenvolvimento, a proporção pode ser ainda maior.
Entre as profissões mais expostas ao câncer estão a de cabeleireiro, farmacêutico, químico, enfermeiro e operários da construção civil. Também os trabalhadores das indústrias petroquímica, siderúrgica, metalúrgica, como explica a coordenadora da área de câncer ocupacional do Inca, Ubirani Otero.
“O trabalhador de uma indústria de borracha e de alumínio ele tem maior risco de desenvolver alguns tipos de câncer do que a população em geral”.
Ubirani ressalta que os trabalhadores rurais também estão expostos ao risco de câncer devido ao contato com os agrotóxicos.
“Os estudos mais recentes têm apontado que há risco maior para os trabalhadores expostos a agrotóxicos, em relação aos que não usam agrotóxicos, para cânceres dermatológicos, inclui leucemia e linfomas, câncer de ovário, de testículo e de próstata, câncer de bexiga e de estômago”.
O documento indica que os profissionais de saúde precisam realizar anotações que relacionar o diagnóstico de um câncer ao trabalho. Além do cumprimento de normas de segurança pelos empregadores e leis mais restritivas que proíbam substancias cancerígenas.