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Diante da crise mundial do capitalismo e a decisão dos patrões de fechar a fábrica, os trabalhadores organizaram-se para manter a atividade econômica e conservar os empregos. Ao ocupar a fábrica e tomar seu controle administrativo e operacional, os funcionários da companhia deram início a uma experiência inovadora no país.Sem o patrão e a partir do controle operário, da democracia operária, desde a ocupação foi reduzida a jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução nos salários. O coletivo operário, em conjunto com famílias da região, ocupou o terreno no entorno das instalações fabrís e constroem, atualmente, a Vila Operária e Popular com moradia para mais de 560 famílias. Sem a presença do industrial no comando, os operários e as operárias reativaram um galpão abandonado e iniciaram o projeto Fábrica de Cultura e Esporte, com teatro, cinema, judô, futebol, balé e dança. Além de cursos e atividades de formação. Desde o início os operários defenderam a estatização da fábrica sob controle dos trabalhadores diante das dívidas dos patrões com o Estado. Desde o inicio, o movimento se somou à luta do conjunto da classe trabalhadora e passou a defender a reforma agrária, ao lado dos trabalhadores do campo, e pela luta por moradias, na reforma urbana, ao lado dos trabalhadores sem-teto; além de contribuir na luta contra os patrões em dezenas e dezenas de fábricas. Da mesma forma, os trabalhadores da Flaskô manifestam-se favoráveis a que serviços públicos, como saúde, educação, transporte e segurança sejam estatizados e levados à totalidade da população brasileira. Lutaram desde o inicio pela reestatização das ferrovias, junto aos ferroviários, pela reestatização da Vale do Rio Doce e da Embraer e por uma Petrobrás 100% estatal. O movimento organizado da Flaskô uniu-se ao Movimento das Fábricas Ocupadas em conjunto com os operários da Cipla e Interfibra 8, nas caravanas a Brasília para exigir a estatização daquelas plantas industriais. Assim, organizaram conferências, seminários, encontros nacionais e internacionais, além de manifestações por todo o país, para discutir com a sociedade brasileira as alternativas ao atual modelo econômico. Atualmente, desenvolvem campanha para que a Prefeitura de Sumaré (SP) declare a Fábrica e toda a área em volta como de Interesse Social, um passo decisivo no caminho da desapropriação das propriedades para a sua definitiva estatização, sob o controle dos trabalhadores. Nesta sexta-feira, o movimento convocou todas as organizações operárias, estudantis, sindicatos, partidos e organizações políticas e personalidades a ajudar na luta dos trabalhadores daquela indústria, para que consigam seguir adiante até alcançar seu objetivo, na Declaração de Interesse Social da Flaskô, que permitirá regularização de 560 moradias na Vila Operária e a transformação da Fábrica de Cultura e Esportes num verdadeiro centro cultural e esportivo público. No endereço http://fabricasocupadas.org.br/site/?page_id=1469 pode ser assinado o manifesto em apoio à fábrica ocupada.
Autor: Por Redação – de Sumaré, SP Data: 10/5/2011 |