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RedeTV! aposta que João Kleber pode “salvar a lavoura”
Ricardo Feltrin, colunista do UOL
05/02/2013
Oito anos após ser defenestrado da RedeTV! por pressão do Ministério Público e de entidades sociais, que o acusavam de ser “o rei da baixaria”, o apresentador e comediante João Kleber deve reestrear na emissora no próximo mês, em programa matinal.
Embora a RedeTV!, somente nos últimos seis meses, tenha sofrido duas derrotas judiciais ainda decorrentes do período em que o humorista trabalhou na casa, no valor total (e ainda recorrível) de R$ 200 mil, a aposta da direção da TV é que o humorista poderá ser uma grande fonte de faturamento e ajudar a tirar a empresa da crise econômica em que está envolvida há pelo menos dois anos.
A esperança é que Kleber atraia muitos “merchandisings” e anunciantes. Tal esperança não parece ser muito calcada na realidade. Segundo Ooops! apurou, o departamento da RedeTV! já está nas ruas com propostas de patrocínio, mas ainda não obteve nenhum anunciante de peso para o programa, ainda em formatação.
Além da expectativa tênue que o artista lhe traga lucros, a emissora terá de ficar atenta para o conteúdo do novo programa de seu recontratado. Isso devido ao histórico de problemas judiciais que Kleber já causou.
Em agosto do ano passado, por exemplo, a RedeTV! foi condenada a indenizar um motorista em R$ 150 mil que disse ter sido humilhado no programa “Canal Aberto”, em 2003, comandado por Kleber. O motorista teve de responder a “denúncias” de sua mulher de que ele usaria calcinhas na hora das relações sexuais. A emissora recorreu.
No mês passado, outro juiz condenou a RedeTV! a pagar outros R$ 50 mil a outro homem que foi acusado de estupro, em 2002, também no “Canal Aberto”. Novo recurso.
A RedeTV! vive uma crise visível desde 2011, quando a falta (ou descontrole) de caixa fez com que começasse a atrasar pagamentos de salários de funcionários terceirizados e fornecedores. No ano passado, o atraso chegou a atingir inclusive gente contratada. Os problemas se agravaram em janeiro de 2012, quando o humorístico “Pânico” decidiu mudar para a Band.
O programa era o maior faturamento da casa, embora boa parte dele ficasse nas mãos de Tutinha (dono da Jovem Pan e do “Pânico”) e das estrelas do programa.