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Para Vieira de Mello, uma emissora de TV pública não pode apenas reproduzir o que é divulgado pelas outros canais. Ele afirma que a programação da TV Cultura, por exemplo, está seguindo este modelo desde a posse de João Sayad na presidência da Fundação Padre Anchieta. “Temos que buscar um Jornalismo diferente. E junto com o Sayad, já estamos fazendo algo diferente em toda a programação”, disse o ex-diretor executivo da Band.
Tereza concorda que “cabe a TV pública ter uma programação que se diferencie da comercial” e também se dedicar integralmente ao que é do interesse dos telespectadores. Sobre a Liberdade de Imprensa, ela diz que não vê “nada palpável contra” o setor.
“A TV pública não pode servir ao interesse do Estado e nem buscar lucro, ela deve ter como único patrão a sociedade”, disse Tereza.
A “mesa de discussão” teve ainda a presença do diretor nacional de Jornalismo da Rede TV, Américo Martins; e Eugênio Bucci, colunista do jornal O Estado de S. Paulo. Américo lembrou de sua experiência como editor da BBC de Londres e afirmou que a emissora britânica é um exemplo a ser seguido no País quando o tema for televisão pública: “A BBC é o grande exemplo mundial de TV pública. Não sofre interferência, o conteúdo é totalmente independente e sempre buscou ser conhecida como propriedade do povo”.
Bucci preferiu apontar defeitos que considera estar presente na emissoras que estão sob concessão pública. Ele avaliou que esse tipo de veículos de comunicação deveriam possuir uma clareza de sua funcionalidade e gastos, além de dizer que o Estado interfere nesses canais.
“Desconheço uma emissora pública no Brasil que tenha escolhido um presidente à revelia do governo, seja em nível federal ou estadual. Na TV Cultura, mesmo com um exemplo de independência, nunca elegeu um presidente contra a vontade do governador de São Paulo”, afirmou Bucci.