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Além disso, elencava alguns encaminhamentos que foram acatados por aclamação pela plateia e que deverão ser seguidos daqui por diante pelo grupo presente. A primeira destas medidas será desencadear uma campanha de solidariedade à revista Carta Capital, promovendo uma intensiva coleta de assinaturas para a publicação. Uma outra medida é enviar um ofício para a vice-procuradora geral eleitoral Sandra Cureau para que ela também investigue os contratos de publicidade com o governo federal dos grandes grupos de comunicação do Brasil como, por exemplo, a Editora Abril e as Organizações Globo. Um terceiro encaminhamento tirado no ato é o de apoiar a proposta do jurista Fábio Konder Comparato para que seja instalada uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) por omissão do Parlamento brasileiro no que se refere à regulamentação dos artigos da Constituição sobre o setor de comunicação.
Estiveram presentes representantes das seguintes entidades: CUT, CTB, CGTB, Força Sindical, MST, UNE, Altercom, Movimento dos Sem Mídia (MSM), PT, PCB, PSB e PDT.
O coordenador nacional do MST Gilmar Mauro disse que estava presente no ato para se divertir. “Vim falar mal da mídia hoje, me divertir. Nós só apanhamos sempre. Mas tudo bem, porque o dia que essa gente começar a falar bem de nós, é porque estamos errados”.
Entre uma fala e outra dos participantes, ressoavam na plateia gritos de: “Serra é Frias” e “Estamos com Dilma”.
Eduardo Guimarães, do Movimento dos Sem Mídia, disse que chega a soar como ridícula a insinuação de que o ato desta quinta era favorável à censura e ao controle dos meios de comunicação. “É um ato de denúncia. Como é que eu, pequenininho, vou silenciar algo do tamanho da Globo? Faça-me o favor. Eu gostaria de saber o que o povo que lê todas as barbaridades que a imprensa publicou com relação a esse ato tem a dizer. O que ele tem a dizer? Dia 3, nós vamos responder”.
A ex-prefeita de São Paulo e candidata a deputada federal pelo PSB, Luiza Erundina, disse que essa reação dos meios de comunicação contra a candidatura de Dilma Rousseff (PT) se deve ao fato de eles perceberam que “não têm mais o controle” da mídia. “A sociedade civil e as entidades de classe realizaram a CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação) e não vai mais ter retrocesso. O controle social da mídia terá que acontecer. E não venham eles nos dar lição de democracia, porque nós pagamos muito caro por essa democracia que estamos exercendo”, disse Erundina.