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No dia 27 de fevereiro a Johnson de São José dos Campos/SP, demitiu 5 dirigentes sindicais: Cabral, Natalino, Silvio, Lídia e Paulo Lourenço, dirigentes do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e região/SP. Por sinal, o Cabral foi demitido na greve de 2008 junto com Eder e Sebastião,foi reintegrado pouco tempo depois e agora demitido novamente!
Imediatamente, no dia 28, o Sindicato realizou um ato com os trabalhadores do 2º turno e nos dias seguintes no 1º e 3º turnos. As paralisações que duraram quase duas horas contaram com a participação de sindicatos químicos nucleados na FETQUIM (Federação dos Trabalhadores Químicos do estado de São Paulo), de sindicatos de várias categorias da região do Vale do Paraíba e Litoral norte, metroviários e professores do estado de São Paulo, entidades como a Unidos pra Lutar, Intersindical, CUT, CSP Conlutas, PSOL, PSTU, vereadores do PT, entre outros. Nas assembleias, milhares de trabalhadores e dezenas de sindicalistas disseram: Johnson: a China não é aquí! Patrão, tira a mão do nosso Sindicato! O Sindicato é do trabalhador!
A Johnson & Johnson, multinacional americana, uma das 10 maiores empresas do mundo emprega 118 mil trabalhadores em 250 companhias em 57 países. Em São José dos Campos/SP trabalham 4 mil funcionários. A empresa vem aplicando uma política absurda de ataque e perseguição à livre-organização dos trabalhadores, ao direito de greve, à representação sindical. A linha adotada nos últimos cinco anos é colocar a tropa de choque do estado na porta da empresa para impedir greve, ao mesmo tempo em que ataca a estabilidade trabalhista dos dirigentes sindicais, prevista na Constituição. Os empresários conseguiram parecer favorável da juíza Antônia Sant’Ana que acatou a cláusula obsoleta da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que prevê estabilidade apenas para 14 dirigentes sindicais quando a quase totalidade dos Sindicatos são compostos de diretorias que excedem esse número que não reflete a realidade da base territorial dos sindicatos. A base química, por exemplo conta com 150 empresas e 10 mil trabalhadores disseminados em mais de 8 cidades. A grande maioria dos mais de 7 mil sindicatos em todo o país têm mais de 14 dirigentes. Sindicatos de base estadual, por exemplo, elegem 130 sindicalistas além dos que compõem as regionais ou subsedes. Esse artigo da CLT contraria a Constituição Federal, que garante o direito à livre organização sindical, assim como os estatutos sindicais, que diga-se, são legalizados pelo Ministério do Trabalho e que determinam o número de diretores de cada entidade sindical.
Em 2008 e em 2011, a multinacional dispôs como quis de todo o aparato de repressão da PM para agredir trabalhadores, desmontar assembleias e atropelar o piquete de greve, direito também garantido na Constituição. Nesse conluio entre empresa e tropa de choque, os trabalhadores foram agredidos com gás de efeito moral e balas de borracha.
O momento em que a multinacional lança mão dessa perseguição é justamente o início da Campanha Salarial do setor farmacêutico da categoria, em nível estadual. Também começam as negociações de PLR nas multinacionais do setor. Na hora em que os trabalhadores reclamam direitos, os patrões partem para demissões. Este é um movimento articulado da Johnson e vários sindicatos patronais do setor químico da FIESP. Eles estão pressionando as empresas da região a tomar atitude similar.
A ação da patronal é uma barbaridade contra a democracia, contra os direitos trabalhistas conquistados com muito suor e sangue pela classe trabalhadora ao longo dos anos. Não é aceitável que a patronal queira impor o modelo chinês de exploração, em que a legislação trabalhista não protege ninguém e a exploração rola solta. Basta de perseguição aos que lutam! Trata-se de mais um capítulo da criminalização dos que lutam por melhores condições de vida.Como vimos no caso do Pinheirinho, da USP e das greves dos policiais militares.
Precisamos organizar um ato nacional e novas paralisações estão sendo preparadas Como parte desta luta. Solicitamos a todos os movimentos sociais e organizações democráticas se pronunciar enviando uma nota de exigência à empresa e as autoridades públicas.
MOÇÃO :
À Johnson & Johnson
Ao Ministério Público do Trabalho
Por meio desta, exigimos a imediata reintegração dos dirigentes sindicais: Wellington Luiz Cabral, José Natalino Landim, Lidia Louzada Cardoso, Silvio Antonio Pereira e Paulo Lourenço, demitidos arbitrariamente no dia 27/02/2012 pelas empresas do grupo Johnson & Johnson. Também condenamos o ataque aos direitos dos trabalhadores e o uso da tropa de choque da segurança pública do estado de SP (sem nenhum mandato judicial) e de seguranças privados para impedir as greves e as assembleias democráticas dos trabalhadores.
Essas vergonhosas e ilegais atitudes por parte da multinacional Americana só comprovam o desprezo ao povo brasileiro e a sua legislação, uma afronta à soberania nacional, já que burla as leis do Brasil, onde constitucionalmente, vigora a Liberdade e a Autonomia Sindical e é signatário das Convenções 135 e 98 da OIT que tratam da proteção contra atos anti-sindicais.
Exigimos que cessem imediatamente os ataques por parte da Johnson e exortamos às outras empresas do ramo que não sigam a lamentável e desprezível conduta da Johnson & Johnson contra o livre-direito de organização Sindical garantidos na Constituição Federal brasileira.
Solicitamos as autoridades públicas proceder à defesa dos trabalhadores e de seus representantes agredidos pelas arbitrárias atitudes das empresas do grupo Johnson & Johnson amparadas por seus sindicatos patronais SIMPROQUIM, SINDPLAST e SIPATESP.
Enviar para:
RH Alcides: asuliman@its.jnj.comRH Douglas: dsene@its.jnj.comJohnson & Johnson São José dos Campos: 12-3932-3100
Facebook da Johnson internacional
http://www.facebook.com/jnj
Ministério Público do Trabalho:
pgtprocuradoriageraldotrabalho.ascom@mpt.gov.br
Copia para: quimicosjc@gmail.com
Mais informações:
Davi Paulo, Secretário de Imprensa do Sindicato dos Químicos: (12) 7820-7633
Nancy Galvão, assessora política: (12) 7820-9254
Emerson José, assessor de imprensa: (12) 7820-9464
Wellington Luiz Cabral, Secretario Geral do Sindicato dos Químicos: (12) 9744-6516