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LONDRES, 18 Fev 2013 (AFP) – Os jornalistas da emissora pública britânica BBC fizeram uma greve de 24 horas esta segunda-feira em protesto contra os cortes de empregos, afetando a exibição de programas importantes, como o noticiário da manhã e outros programas de rádio e televisão.
Os grevistas responderam a uma convocação do Sindicato Nacional dos Jornalistas (NUJ, na sigla em inglês), após o fracasso de negociações para o remanejamento de 30 funcionários da BBC Escócia, Radio Five Live, Asian Networg e World Service, que corriam o risco de perder seus empregos.
Em virtude da greve, vários programas da Rádio 4, entre os quais o matinal Today, o World at One, transmitido no meio do dia, assim como o BBC Breakfast na televisão, foram cancelados e substituídos por programas pré-gravados.
Maior grupo audiovisual do mundo, a BBC está submetida a medidas de austeridade que a obriga a fazer economias da ordem de 20% até 2017 que se traduzem na perda de cerca de 2.000 empregos até aquele ano.
Estes cortes são consequência direta do congelamento por seis anos, decretado pelo governo britânico, da taxa anual de 145,50 libras (US$ 225) cobrada de todos os que possuem aparelho de televisão na Grã-Bretanha.
Segundo o NUJ, a BBC já perdeu 7.000 empregos desde 2004. "Os associados do NUJ procedem à defesa de seus empregos e de um jornalismo de qualidade no grupo", explicou a secretária-geral do sindicato, Michelle Stanistreet.
"Eles estão furiosos e frustrados com as decisões lamentáveis tomadas pela cúpula da BBC, decisões que fazem com que os jornalistas sejam forçados a deixar seus empregos e que o jornalismo e a programação de qualidade fiquem comprometidos", declarou.
Em um comunicado, a BBC apresentou suas desculpas pela interrupção de sua programação nesta segunda-feira.
"Estamos decepcionados de que o NUJ tenha seguido adiante com a greve de hoje e nos desculpamos com a nossa audiência pela interrupção dos serviços", declarou um porta-voz.
"Infelizmente, uma greve não muda o fato de que a BCC precisa cumprir suas metas de economias importantes e, consequentemente, poderemos ter que fazer dispensas", explicou a BBC.
"Nós fizemos enormes progressos em reduzir o número de cortes através de demissões voluntárias, dos remanejamentos e do cancelamento de postos de trabalho e manteremos estes esforços", acrescentou o grupo.