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A ideia de juntar governo, centrais sindicais, empresários não é nova, mas o chamado PPE (Programa de Proteção ao Emprego) vem consolidar essa tripla aliança, que diferente do que diz o nome, protege os empresários, não o trabalhador.
Algo parecido era proposto no famoso ACE (Acordo Coletivo Especial), encabeçado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado a CUT). O ACE autorizava os sindicatos a negociar com as empresas acordos coletivos cujas cláusulas poderiam desconsiderar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Bastante polêmico, sua tramitação não foi finalizada, mas a atual manobra com o PPE da “tripla aliança”, substituiu muito bem o ACE.
O PPE indica, como saída para a crise atual, uma redução de salários com redução de jornada para os trabalhadores, além de um repasse por parte do governo federal, utilizando recurso do FAT (Fundo de Ampara ao Trabalhador) para as empresas gastarem ainda menos com os salários de seus empregados.
Fica claro, que a parcela que pagará pelo dívida da crise, é de novo, os trabalhadores, que terão seus salários reduzidos e terão um fundo tão importante como é o FAT, revertido em favor dos patrões. Se a ideia é não haver demissões, ele está longe de ser alcançado, segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego subiu de 6,6% para 9%, além de ficar evidente que com a baixa dos salários, se precariza os postos de trabalho mantidos.
Nesse processo todo, as centrais sindicais que deveriam lutar e garantir mais direitos, estão permitido que os trabalhadores tenham menos direitos, flexibilizando as conquistas históricas da classe trabalhadora.
Por esse e tantos mais exemplos é que o Sindicato dos Radialistas de SP se mantém sem filiação a nenhuma central sindical e nem vinculado a nenhum partido político eleitoral, e sim vem construindo um movimento dos trabalhadores para que não sejam cortados direitos e que conquiste cada dia mais melhores condições de vida e trabalho para nossa classe.