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Trabalhar aos domingos e feriados e permanecer no estabelecimento além do horário contratado são práticas comuns no setor, como explica o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira.
“A jornada do comerciário às vezes se confunde com o horário de funcionamento do comércio. Isso é uma coisa típica do setor. Se você analisar os dados de uma década, você vai observar que a jornada média do comércio é sempre maior que nos demais setores.”
No último ano, o setor teve crescimento de 14,3% na receita. Esses números foram impulsionados, sobretudo, pela expansão do crédito, que representava quase 47% do PIB em novembro de 2010. De janeiro a novembro do mesmo ano, o comércio gerou mais de 505 mil novos postos de trabalho com carteira assinada.
José Sivestre considera que esse crescimento não se refletiu em valorização profissional, pois em 2010 o rendimento médio dos comerciários girou em torno de pouco mais de R$ 500. Ele aponta a necessidade de redução da jornada para 40 horas semanais.
“Além de possibilitar a geração de novos postos de trabalho, permite também que os trabalhadores tenham mais tempo para se dedicar ao convívio familiar, tenham mais tempo para se dedicar, inclusive, à sua formação e qualificação que é uma exigência do próprio setor patronal.”
Entre as regiões analisadas, Belo Horizonte tem a menor jornada. Na capital mineira, a abertura do comércio aos domingos e feriados é proibida por lei.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.