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Por Jorge Américo
A agência do Banco Itaú do município de Catalão, em Goiás, foi ocupada em duas ocasiões nesta semana. Pelo menos 200 pessoas permaneceram no local, em apoio a uma família de camponeses que corre risco de despejo pelo não-pagamento de uma dívida. Outros 60 manifestantes estão acampados na propriedade, comprada a partir de um financiamento do banco.
O Itaú exige de João Batista Pereira o pagamento de R$ 80 mil, referente a um empréstimo obtido por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O empréstimo de R$ 12 mil foi firmado em 1997, junto ao Banco do Estado de Goiás (BEG).
Em 2001, quando metade da dívida estava quitada, o Itaú comprou o BEG e se tornou credor. No mesmo ano, o pagamento foi interrompido pelo agricultor. Segundo o Movimento Camponês Popular (MCP), o valor cobrado está acima do permitido. Conforme cálculo das taxas estabelecidas pelo Banco Central para empréstimos pelo Pronaf, o total a ser cobrado não pode ultrapassar R$ 15 mil.
João Batista, que vive no local com a esposa e outras quatro pessoas, afirma que o pagamento foi suspendo devido a problemas de saúde com um de seus filhos. No dia 29 de março, a família foi informada de uma ordem de despejo, pois a propriedade já havia sido leiloada.
O caso ganhou repercussão e apoio popular. Com o deslocamento de tropas policiais para o local, foram registrados diversas situações de abuso de autoridade e agressões.