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Da “gripezinha” ao “e daí”, brasileiros convivem com duas desgraças que poderiam ser evitadas ou, no mínimo amortizadas. Os radialistas também acompanharam ao longo do ano de 2020 o vírus, a doença e a morte de milhares de pessoas, que poderiam estar vivas. Da mesma maneira com que pegou tantos brasileiros, numa onda crescente, o coronavírus chegou nos locais de trabalho.
Operadores de câmera, apresentadores de programas, diretores de imagem, operadores de rádio, locutores, dezenas, centenas de profissionais afastados por causa dele, quando não só isso, mandados embora, também. Esse trágico ano de 2020 deixou, também, uma grande e importante lição; sem luta e organização com o Sindicato, todos se tornam vítimas; os trabalhadores, que amargam o desgosto do salário menor, da demissão e suas famílias, que pagam o preço da diminuição ou falta de renda em suas casas.
Retrospectiva 2020
Nossa história é de luta e em defesa dos interesses dos trabalhadores radialistas. E esse ano, não foi diferente. Mesmo assim, por causa da Pandemia, os radialistas da capital e do interior tiveram o dobro de trabalho para defender seus direitos e mostraram que a melhor defesa é nossa organização. Acompanhe o calendário de lutas realizado neste ano de 2020.
Fevereiro
Assembleia orçamentária foi apresentada e aprovada pela categoria e, com bom planejamento, as contas do Sindicato seguem enxutas, em meio a turbulência do governo Bolsonaro que, junto com os patrões, tentam asfixiar financeiramente a organização e luta dos trabalhadores.
Março e Abril
Governo Bolsonaro edita as MPs 927 e 936 em frontal ataque aos direitos dos trabalhadores brasileiros; a MP 927, editada em 22 de março, incluía entre seus artigos, que as empresas poderiam conceder férias, para os trabalhadores com férias vencidas, com aviso de 48h. Também poderiam antecipar as férias para os trabalhadores que tenham apenas 6 meses de trabalho na empresa, mediante negociação individual (Art. 6, §2). A MP 936, mais conhecida como a MP do medo, autoriza a redução da jornada de trabalho e dos salários, por um período, na mesma proporção, bem como da suspensão dos contratos de trabalho, oferecendo um “benefício” que cobriria parte da perda de rendimentos durante esse período. A redução salarial foi de 25 a 70%.
Maio
Na Campanha Salarial, o Sindicato dos Radialistas propôs acordo coletivo para mitigar perdas para os radialistas, mas os patrões ignoraram e alguns implementaram acordos individuais, na contra mão do bom senso.
Junho
Assembleias e plenárias virtuais dão o tom da consulta e participação da categoria em meio a pandemia. E Assembleia Virtual, conjunta dos Sindicatos dos Radialistas de São Paulo, do DF, dos Radialistas e dos Jornalistas do Rio de Janeiro com os trabalhadores da ACERP é realizada.
Julho
Assembleia da Campanha Salarial 2020/2022 conjunta de Radialistas e Jornalistas da Rádio e TV Cultura foi realizada em dois turnos, pela plataforma do Google Meet, onde se discutiu e aprovou pauta de reivindicação para ser apresentada a RTV Cultura.
A ESPN, do grupo Disney, tem surfado no sucesso em tempos de Pandemia. A empresa tem em seus canais esportivos ESPN e Fox Sports liderança na audiência da categoria, mas isso não reflete na relação profissional com seus trabalhadores, que executam o trabalho no modo home office, sem com isso ter, pelo menos, seus custos pagos pela empresa.
Agosto
Em Assembleia virtual os trabalhadores da Rádio Antena 102 FM, de Jales, foi realizada e aprovada proposta de acordo coletivo 2020/2021.
Setembro
Sindicato dos Radialistas fecha acordo coletivo e com aumento real para os trabalhadores da TV WA. Uma conquista e tanto, num mar de terra inóspita, onde os patrões atacam os direitos dos trabalhadores e poucos se motivam a reagir.
Outubro
Na primavera de outubro, os patrões de Rádio e TV apresentam a pior proposta para convenção Coletiva 2020/2021 para os Radialistas. Não se tem registro histórico de negociações onde o patronato de Rádio e TV quer retirar quase todos os direitos da Convenção Coletiva da categoria.
Novembro
Há três anos sem o fechamento da Convenção Coletiva, a categoria dos radialistas teve um compromisso importante no começo de novembro. Foi realizado uma plenária virtual da Campanha Salarial para discutir a proposta patronal, que não havia novidade; retirar direitos dos trabalhadores.
Os patrões, através de seu sindicato, suspendem as negociações, porque o Sindicato dos Radialistas realizou um ato na EPTV/Campinas, onde o atual presidente do sindicato dos patrões é funcionário desse grupo e, em posse da contraproposta dos trabalhadores, desde o ano passado, não repassou aos integrantes do Sindicato patronal.
Colônia de Férias
A A Colônia de Férias do Radialistas continua à venda, após discussão e aprovação em assembleia estadual pela categoria. Diversas corretoras apareceram com interesse na venda.
Colônia de Férias dos Radialistas permanece fechada, seguindo orientação das autoridades de saúde e governamentais.
Recesso final de ano no Sindicato
A sede do Sindicato dos Radialistas funciona até sexta feira (18) e retoma seu funcionamento na primeira segunda-feira (04) do ano de 2021. Ou seja, começa dia 21/12/2020 e termina dia 3/01/2021.
Importante
Mesmo o retorno do atendimento sendo no dia 4 de janeiro, liguem antes, para confirmar o horário de funcionamento, que atualmente está sendo das 10h às 15h, sem intervalo, devido a Pandemia.
Os Radialistas tem de se mexerem
Não é de hoje que a diretoria do Sindicato dos Radialistas tem alertado a categoria devido a fome voraz com que os patrões de Rádio e TV tem pelos nossos direitos. Ancorando em defesa da melhor convenção coletiva de trabalho dos radialistas de todo Brasil, o Sindicato dos Radialistas de São Paulo tem feito um esforço hercúleo para que os patrões não tirem uma cláusula se quer do que já foi conquistado. Haja visto o que vimos em outros Sindicatos dos Radialistas pelo país a fora; acreditaram na lábia dos patrões em garantir empregos ou por estratégia, em recuar num momento de refluxo da luta sindical, para depois avançar. O fato é que todos nós sabemos que ao abrir mão de direitos históricos, conquistados ao longo de dezenas de anos, não irá parar o desejo dos patrões de nos escravizar. Diferentemente de seus pares nos países desenvolvidos, os profissionais do rádio e TV tem seu cunhão de valorização, mas em grande parte, não por bondade, mas por respeito ao profissional que sabe e defende seus direitos. Basta os radialistas brasileiros fazerem o mesmo.
Defenda seus direitos.Defenda seus direitos.Fique sócio!