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Por Daniele Silveira
A associação entre o desaparecimento de abelhas e o uso de agrotóxicos levou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a restringir a aplicação de quatro tipos de princípios ativos de inseticidas. Os compostos químicos – Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil – estão proibidos, provisoriamente, de serem disseminados por via aérea e em épocas de floração na lavoura.
Além disso, passarão por um processo de reavaliação do uso, já que estudos científicos têm apontado essas substâncias como causadoras da morte desses insetos em diferentes regiões do país.
O agrônomo, Quimet Toldrá, destaca a importância das abelhas para a produtividade de certas culturas agrícolas.
“A abelha européia, a nível mundial, é responsável por aproximadamente 75% da produção de frutos. No caso das maçãs, por exemplo, calcula-se que 90% da produção é responsável pela polinização das abelhas. Em outros cultivos como o café 60% se deve as abelhas.”
Toldrá ainda ressalta os problemas do modelo atual de produção agrícola adotado pelo país, baseado nas monoculturas, que vem utilizando largamente produtos químicos a fim de aumentar a produtividade.
“Atualmente se diz que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta. Então, a quantidade que está se jogando de agrotóxicos vai ter efeitos na biodiversidade. Não são efeitos às vezes até diretos, mas indiretos. Ou seja, vai se rompendo a cadeia de reprodução das plantas, de diferentes espécies vegetais.”
Após a reavaliação, o Ibama irá decidir se mantém a suspensão da aplicação por avião dos agrotóxicos que contenham os compostos químicos analisados ou, ainda, se adotará outras medidas de restrição ou controle das substâncias.
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