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Representantes dos trabalhadores no Grupo de Convergência fizeram um informe sobre o debate acerca do novo plano. A última reunião praticamente concluiu a parte de descrição dos cargos e trabalhou novas possibilidades para a tabela salarial. Em relação à arquitetura e descrição dos cargos, foi mantida a crítica à inclusão do texto “atividades afins e correlatas”, uma vez que elas abrem brecha para acúmulos e desvio de função.
A discussão central envolveu a tabela salarial. A empresa apresentou na reunião do Grupo de Convergência três cenários, com os respectivos impactos financeiros na folha de pagamento. O cenário 1 (piso de R$ 4.800 para nível superior e R$ 3.360 para nível médio), aprovado na assembleia anterior dos trabalhadores, foi considerado inviável uma vez que demandaria uma ampliação da folha de entre 17% e 31% (a depender da forma de reenquadramento).
Os cenários 2 e 3 trabalharam com impactos semelhantes, de cerca de 9%. O cenário 3 era o mesmo apresentado anteriormente por gestores, com pisos de R$ 4 mil para nível superior e R$ 2.600 para nível médio. O cenário 2 dividia os pisos a partir das jornadas, com pisos de R$ 2.340 para nível médio 180h (radialistas), R$ 2.600 para técnico nível médio (técnicos administrativos e outros), R$ 3.964 para nível superior 150h (jornalistas), R$ 4.500 para nível superior 180h (radialistas) e R$ 5.000 para nível superior 220h (administrativo e demais analistas).
Inicialmente, representantes da Comissão de Empregados colocaram proposta de redução dos níveis para R$ 4.200 (nível superior) e R$ 2.730 (nível médio), um acréscimo de 5% em cima da proposta do cenário 3, considerado pela empresa “defensável” junto ao Ministério do Planejamento. A avaliação, expressa em várias falas, era que era preciso voltar com algo que pudesse construir convergência. A partir do pleito de trabalhadores do Rio de Janeiro, foi retomado o piso de nível médio em 70% do nível superior, ficando em R$ 4.200 e R$ 2.964. A partir de novo debate, foi apresentada nova proposta para uma redução menor para R$ 4.400 e R$ 3.080. Esta foi aceita como proposta a ser encaminhada à empresa.
Depois da votação feita, trabalhadores do administrativo solicitaram a reabertura para incluir o cenário 2 apresentado pela empresa (pisos diferenciados por jornadas de trabalho). Houve votação do encaminhamento e por 226 a 46 a solicitação foi rejeitada.
Outra proposta aprovada pelos participantes foi a de cortes progressivos nas funções gratificadas caso não haja recursos suficientes para cobrir os impactos da nova tabela salarial. Também foi apresentada posição contrária aos cargos de supervisão e pela implantação de poucas Funções Técnicas.
Paralisação
Outro item da pauta foram as estratégias de mobilização. Os representantes dos trabalhadores no Grupo de Convergência informaram que está sendo marcada reunião presencial buscar fechar uma proposta convergente de novo plano. Em não sendo possível isso, serão identificadas e registradas as convergências e divergências para que o processo seja encaminhado ao conjunto da diretoria da EBC e ao Ministério do Planejamento. Os trabalhadores reafirmaram a necessidade do diálogo se manter também nesta etapa.
Para contribuir na pressão e na visibilidade do esforço pela melhoria do Plano de Carreiras da EBC, foi aprovada a possibilidade de paralisação condicionada ao resultado das discussões na próxima semana, que será avaliado em nova assembleia marcada para o dia 27 de novembro.