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Por Jorge Américo
Continua sem desfecho o impasse envolvendo uma área pública equivalente a 35 lotes de terrenos urbanos, localizada na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal. O terreno pertence à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e está ocupado por cerca de 1,5 mil famílias, o que representa um total de 5 mil pessoas. A ocupação é chamada de "Novo Pinheirinho", em homenagem às famílias desalojadas em São José dos Campos (SP), no início do ano.
Depois de seguidas negociações com o Governo Distrital, o grupo decidiu permanecer no local. O prazo estabelecido pela Justiça para a desocupação se encerrou no último domingo (20), e uma reintegração de posse pode ocorrer a qualquer momento.
Para o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, não há como desmanchar o acampamento sem que haja uma “negociação razoável”.
“Se houver, por parte do Governo, uma iniciativa de mobilizar a força policial para tentar tirar as famílias à força de lá, sem que haja uma negociação habitacional que seja minimamente aceitável para essas famílias, nós vamos ter que resistir.”
O maior projeto realizado no programa de moradia oficial no DF, o “Morar Bem”, pretende atender 150 famílias. Boulos lembra que a demanda é dez vezes maior. Além disso, foi oferecida uma bolsa-aluguel, mas sem garantia de continuidade.
“A proposta inicial deles é dar um auxílio-aluguel emergencial para as famílias que se enquadram nos critérios de vulnerabilidade, segundo os critérios do Governo, o que daria algo em torno de 600 famílias. Mas o problema é que esse auxílio valeria por três meses e depois haveria uma rediscussão sobre a renovação.”