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Por Jorge Américo
Para o integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina, Roberto Cervinski, a Jornada Nacional de Lutas – realizada entre os dias 17 e 26 de agosto – recolocou a reforma agrária na pauta do governo.
“Hoje se paga R$ 2 bilhões em juros por dia com a dívida pública, mas não tem dinheiro para fazer reforma agrária, para aplicar na saúde e educação. Isso só se reverte com mobilização popular, independente de quem for o governo.
Os pequenos agricultores que possuem dívidas de até R$ 20 mil poderão fazer refinanciamento a juros de 2% ao ano. Junto, eles devem cerca de R$ 30 bilhões. Cervinski acredita que a autonomia na produção de alimentos no Brasil só será alcançada quando for dada prioridade aos pequenos produtores.
“O agronegócio representa veneno, motosserras, a violência no campo, a pobreza e a concentração de terras. Agora, a pequena agricultura, a agricultura camponesa, representa a produção de alimentos para o povo brasileiro. 70% dos alimentos vêm da agricultura camponesa e no capo deve ser esta a prioridade.”
Até o dia 10 de setembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) deverá apresentar um plano emergencial de assentamento. Segundo informações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pelo menos 200 mil famílias estão acampadas atualmente. A Jornada reuniu quatro mil manifestantes em Brasília e um total de 50 mil pessoas em todo o país.