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Era madrugada de sexta-feira (29/4) e a chuva lavava as ruas de Salvador. Às 5h, alguns trabalhadores já chegavam à TV Bandeirantes para mais um dia de labuta. Sindicalistas e trabalhadores concentraram-se em frente ao prédio, exibindo faixas e discutindo a Campanha Salarial.
Buscando onde se proteger da chuva, os Radialistas falavam sobre os insatisfatórios 7% oferecido pelo patrão e sobre a proposta do sindicato de 10% de ganho real, mais o INPC (8,75%). Todos consideraram muita desfaçatez do patronato querer dar um reajuste abaixo do INPC , com uma inflação que sobe cada vez mais e não se sabe onde vai parar.
À medida que mais trabalhadores iam chegando, concentravam-se em frente à emissora, aderindo automaticamente ao movimento, pois compreendiam a necessidade da luta. Os sindicalistas conversavam com os trabalhadores falando das conquistas almejadas, em oposição à oferta do patrão.
O jornal local da manhã não pôde ir ao ar, devido à falta de pessoal. Os trabalhadores ficaram reunidos até às 8h. Houve a realização de uma assembleia, na qual foram elencadas as irregularidades que a emissora vem cometendo ao longo dos anos, como: banco de horas, acúmulo de funções, insuficiência de vale transporte, diárias de viagens abaixo do que está estabelecido na convenção (a diária é por refeição e não para o dia todo), total descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Os trabalhadores rejeitaram a proposta de 7%, exigindo, no mínimo, um percentual que seja digno, depois da alteração de data base que os patrões forçaram à categoria. Consideraram injusta a situação e indigna de acordo. Decidiram aguardar o que os patrões vão propor na próxima negociação e esperam um índice maior.