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Foto/Ronaldo Werneck: Assembleia durante greve da Rádio e TV Cultura em 2009
Depois de acompanhar atônitos as 150 demissões na Rádio e TV Cultura os trabalhadores parecem não esperar que as decisões da direção da emissora continue sem questionamentos. Por conta disso todos os trabalhadores estão sendo convocados, pelo sindicato da categoria, a participar da assembleia em que irão discutir que rumo devem tomar frente as decisões enveredadas por João Sayad.
Segundo Sérgio Ipoldo, diretor coordenador do Sindicato dos Radialistas de SP, as demissões podem continuar. “Tudo indica que as demissões não ficarão apenas nas 150” afirma. Para isso o Sindicato dos Radialistas se fará presente nesta tarde de terça feira, às 14 horas, para discutir com os trabalhadores da emissora o que fazer com esse novo desafio.
Em setembro de 2009 a emissora pública enfrentou nove dias de greve pelo fato da emissora não cumprir a convenção coletiva. Apostando de que o movimento seria considerado ilegal pela Justiça do Trabalho, a direção da empresa tomou um revés, na qual foi difícil se recuperar. A decisão da Justiça não só garantiu que a greve era legal, como determinou o cumprimento da Convenção Coletiva e estabilidade no emprego, para os trabalhadores que entraram em greve. A falta de habilidade nas negociações e com um histórico de não cumprimento das Leis trabalhistas, levaram os trabalhadores a tomar uma posição de enfrentamento. Pelo jeito não houve aprendizado por parte do governo do Estado, que tem forte influência sobre as decisões da Fundação Padre Anchieta, que administra as emissoras de Rádio e TV e que tenta implementar uma receita de mercado, numa emissora que deve se diferenciar das comerciais.
Esse receituário, de projeto neoliberal, que contraria a natureza da existência de uma TV Pública, pode levar a um desfecho na qual os trabalhadores estão preparados a enfrentar. Não só para salvar seus empregos, mas, talvez, fazer com que a direção da emissora aposte na qualidade da programação da emissora e não, simplesmente, no funcionamento de uma emissora pública com “roupagem” de comercial.