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Trabalhadores da Fundação Casa de São Paulo decidiram, em assembleia realizada nesta sexta-feira (09), iniciar uma greve geral em 20 de março. Reajuste salarial e aumento de segurança nas unidades estão entre as principais demandas.
O presidente do sindicato da categoria (SITRAEMFA), Julio Alves, relata que os servidores apresentaram sua pauta de reivindicações em 17 de janeiro mas, até agora, não obtiveram resposta. “A decisão pela greve é um resultado do descaso do governo do Estado e da direção da Fundação Casa ao longo dos anos”, afirma. A data-base da categoria é 1º de março.
Os funcionários da Fundação Casa pedem um reajuste real de 21% nos salários, além do aumento do piso salarial dos atuais 729 reais para 1,5 mil reais. De acordo com Alves, as perdas salariais categoria chegam a 41%.
Eles também reivindicam melhores condições de trabalho e aumento da segurança. O presidente do SITRAEMFA conta que os trabalhadores têm de conviver com ameaças e agressões dentro e até mesmo fora das unidades, vindas de pessoas descontentes com a internação de jovens nas comunidades. As unidades de Guaianazes, Praia Grande e Jardim São Luís são apontadas como as mais problemáticas. “Nossa proposta é de que haja cursos de treinamento para que os servidores possam trabalhar com mais segurança”, diz.
O acúmulo de dificuldades, como a defasagem salarial e a insegurança, contribuem para a saída dos servidores da Fundação Casa. Alves conta que dos 1349 trabalhadores que ingressaram na instituição em junho de 2011, apenas 64 permanecem em suas funções. Em geral, os servidores saem para prestar outros concursos, como o da Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAP), com salários maiores. A defasagem do quadro de funcionários hoje está em torno de 30%, o que também gera sobrecarga de trabalho.
A decisão da categoria deverá ser ratificada em assembleia no dia 17 de março. Até lá, segundo Alves, os trabalhadores esperam uma contraproposta por parte do goveno do estado.