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Em todo o país, são mais de 52.000 trabalhadores, dos quais 22 mil estão em São Paulo. Essas demissões podem começar já nesta sexta-feira (1º), passando por todos os setores do Santander, segundo informações dos sindicalistas. Se isso realmente ocorrer, a entidade promete parar todos os locais de trabalho.
De acordo com um dirigente do sindicato, o grupo Santander no Brasil tem o melhor resultado entre os de todos os países onde o banco mantém filiais. Apesar disso, diz ele, o banco espanhol deseja “ampliar seus lucros com demissões em massa dos funcionários”. “É um grande desrespeito ao Brasil e aos brasileiros”, critica.
A ameaça de demissões pode, ainda segundo os sindicalistas, ampliar o que eles chamam de “caos” no Santander, instaurado a partir da integração dos sistemas tecnológico da instituição ao Banco Real, comprado em 2007. Há relatos de clientes que não conseguem acessar suas contas e lançamentos não registrados em conta corrente. Quando os clientes procuram informações, os funcionários não têm condições de resolver ou explicar.
De acordo com relatos, muitos clientes chegam a cancelar suas contas por causa do problema. O assunto já é discutido no site do sindicato, que tem um formulário para que os trabalhadores enviem mensagens ao presidente do banco.
“O desrespeito com bancários e clientes já virou motivo até de chacota no mundo virtual, com as críticas inundando a internet em mensagens, blogs e no Twitter”, diz a diretora executiva do sindicato, Rita Berlofa. “Os clientes estão fechando suas contas, e os trabalhadores desesperados, com uma rotina que desgasta, desanima, destrói sua saúde”, aponta.
Em carta enviada ao presidente do Santander no Brasil, Marcial Portela, além das reivindicações, há uma série de e-mails de funcionários relatando os problemas. Diz uma das mensagens: “Estamos sendo praticamente acusados pelos erros de sistema, parece até que temos acesso a área de informática, ou que somos programadores, ou que somos nós das agências que apertamos algum botãozinho que causam todos esses transtornos”.
De acordo com nota divulgada no final da noite pelo sindicato, assinada pela presidenta da entidade, Juvandia Moreira, “não há qualquer justificativa econômica para tantas demissões, exceto a de enviar os lucros para a Europa, que sofre com a crise”.
Segundo ela, o Santander “desrespeita as Diretrizes da OCDE (Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico) para empresas multinacionais, que deixa claro, entre outras normas, que necessariamente, em caso de demissões em massa, devem negociar com o Sindicato antes de qualquer decisão.”