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Segundo a coluna, o presidente da Record, Alexandre Raposo, teria intermediado uma proposta recente feita pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) – proprietária do canal – e o SBT. Porém, a assessoria da emissora nega que tenha feito propostas em nome da IURD.
Na última semana, o empresário e dono do SBT, Silvio Santos, recusou todas as ofertas feitas pelas igrejas após analisá-las. Até segunda ordem, a emissora não cederá espaço para programas evangélicos na faixa da madrugada.
Ao Portal IMPRENSA, a assessoria do SBT informou que não confirma se a emissora reavaliará as ofertas para ceder espaço em sua grade aos evangélicos.
As propostas foram feitas após o anúncio do rombo financeiro sofrido pelo Banco Panamericano, que faz parte do Grupo Silvio Santos. O empresário deu o SBT e outras empresas do Grupo como garantia do pagamento de um empréstimo concedido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no valor de R$ 2,5 bilhões.
Outras emissoras, como a própria Record, a RedeTV! e a Band mantém em sua programação atrações evangélicas. De acordo com o Estadão, estima-se que a IURD invista em seu canal de TV cerca de R$ 500 milhões anuais. Já o Grupo Bandeirantes receberia R$ 200 milhões por ano da Igreja Mundial do Reino de Deus, do bispo R. R. Soares, para alocar espaço no horário nobre para a exibição do “Show da Fé”.
As assessorias de Band e Record afirmaram que não se pronunciam sobre os valores.
Nota da redação Sindicato dos Radialistas.
Enquanto perdurar esse modelo de concessão e gestão dos canais de TV, sempre haverá a mercantilização do conteúdo das TVs. E não só da grade de programação, mas também do mercado de trabalho. Programas enlatados, produzidos nas próprias igrejas, acabam sendo o “produto” a ser consumido pelas emissoras, que em tempos de atacar direitos e conquistas dos trabalhadores, investirão com demissões de seus quadros de funcionários. Um olhar mais atento se poderá perceber que as irregularidades trabalhistas, encontradas nas emissoras de TV, acabam sendo exportadas para as igrejas que produzem programas religiosos.