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Esse é o pacote de Temer/PMDB que vai chegar em regime de urgência no início de fevereiro ao Congresso Nacional, ou seja, o governo tenta mostrar serviço ao Capital o quanto antes, pois como também está enlameado nos atos de corrupção, quer passar o trator nos direitos trabalhistas ante qualquer possibilidade de ser o próximo a ser retirado da cadeira da Presidência.
A CONIVÊNCIA QUE TANTO BEM FAZ AO PATRÃO: logo depois do anúncio do pacote que massacra os direitos dos trabalhadores, a maioria das centrais sindicais além de não revelar o objetivo desse pacote, silenciaram sobre a necessidade da greve geral para enfrentar mais esse ataque contra os trabalhadores.
Ao contrário da defesa dos trabalhadores, o que viu foram elogios à proposta do governo. A Força Sindical já de início elogiou a proposta do governo, dizendo que ela traz um avanço na relação capital e trabalho. Para a Força Sindical, uma central sindical criada com o apoio direto da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), impor o negociado acima do legislado é estender para o conjunto dos trabalhadores o que eles já praticam: a aceitação de acordos em que salários e direitos possam ser reduzidos. A UGT que regularmente tem sido chamada para encontros com o governo, fez festa em sua própria defesa dizendo que Temer atendeu seu pedido de não enviar uma Medida Provisória, mas sim um Projeto de Lei para o Congresso Nacional. Escondem que o tempo maior que querem para debater o pacote, não é para enfrentá-lo e sim para tentar impor a aceitação desse massacre contra os direitos.
Já a CUT disse que o pacote é “autoritário e inapropriado para o momento” e que foi um absurdo apresentá-lo às vésperas do Natal. Ou seja, depois podia? Inapropriado por que? Porque não foi o seu governo que o apresentou?
O fato é que todas essas centrais já se submeteram aos interesses patronais aceitando nas negociações a redução de direitos. Em todos esses acordos em que o negociado prevaleceu sobre o legislado o que impera não é o avanço de diretos, mas sim o retrocesso.
A LUTA TEM QUE SER PRA VALER: a proposta de desmonte da Previdência já está em andamento no Congresso Nacional, o pacote contra os direitos trabalhistas chega nos próximos dias e não há alternativa de remediar ou remendar projetos que tem em seu centro o objetivo de acabar os direitos.
A pressão no Congresso e no governo não adianta se for para reformar a reforma, a luta tem que ser para impedir esse massacre contra a classe trabalhadora que chamam de reforma e isso não se faz nas salas confortáveis do Palácio do Planalto ou do Congresso, isso se faz nas fábricas e nas ruas, parando a produção e a circulação de mercadorias.
Há cem anos acontecia uma grande greve geral no País na qual a cidade de São Paulo parou. A greve geral de 1917 mobilizou a classe trabalhadora que amargava jornadas de mais de 16 horas, arrocho salarial e péssimas condições de trabalho. Nesse período os direitos que hoje querem nos arrancar eram ainda reivindicações, e foi em sua prática solidária que os trabalhadores construíram também as Associações de Mutua Ajuda, ou seja, os direitos trabalhistas. A Previdência Social não foi concessão dos patrões ou do Estado, são fruto da luta e da ação própria da classe trabalhadora.
A greve geral continua a ser um dos instrumentos mais poderosos da classe trabalhadora para defender seus direitos.
Portanto é mais do que hora de construir de fato as condições para a necessária greve geral, revelando ao conjunto dos trabalhadores aquilo que o governo, os patrões, seus meios de comunicação e também os pelegos presentes no movimento sindical tentam ocultar: não se trata de uma reforma para manter e ampliar empregos, se trata de acabar com os mínimos direitos que milhares de trabalhadores que vieram antes de nós tanto lutaram para que fossem garantidos.
O Capital e seu Estado mentem ao dizer que é preciso reformar a Previdência e a legislação trabalhista, pois estão preocupados em proteger as futuras gerações, a verdade de sua preocupação é: garantir que essa e as futuras gerações de trabalhadores tenham cada vez menos direitos, para que os capitalistas concentrem cada vez mais riqueza.
Fonte: Intersindical