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Na segunda-feira (20), representantes da CUT e da Força Sindical reuniram-se com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para iniciar um debate que deve culminar, no primeiro trimestre do próximo ano, naapresentação de propostas ao governo Dilma Rousseff no sentido de fortalecer a indústria nacional.
Questionado pela Rede Brasil Atual a respeito da possibilidade de que as conversas se estendam a outros pontos, como a redução da jornada, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou que este “não é o momento”. “Isso vem depois. Sabe por quê? Temos que estar juntos. Dentro de uma família, entre o marido e a mulher, entre pais e filhos, não existe convergência total, e não é por isso que não se pode viver juntos.”
Os sindicalistas gostariam de debater a Proposta de Emenda à Constituição 231, de 1995, que atualmente espera por votação no plenário da Câmara. Houve movimentação intensa neste ano por parte dos representantes dos trabalhadores, mas eleições e resistência dos empresários inviabilizaram a avaliação da matéria.
As centrais avaliam que o atual panorama da economia brasileira, com crescimento econômico e se aproximando do nível de pleno emprego, é ideal para a discussão do tema com empresários e o Congresso. “Vai ser um ponto que nós, trabalhadores, não vamos abrir mão”, promete o vice-presidente da CUT, José Lopez Feijóo. “Até porque achamos que o melhor momento para fazer esse debate é o de crescimento econômico, sem crises no horizonte”, afirma.
CUT e Força Sindical chegaram a aceitar discutir outras fórmulas. Uma proposta apresentada pelo presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP) propunha a redução se desse paulatinamente. Temer entende que o melhor seria o corte de uma hora por ano, e não a mudança imediata das atuais 44 horas semanais para 40 horas.
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), deputado federal e presidente da Força Sindical, concorda que esta é a hora para discutir o assunto. “Estamos evoluindo. Alguns setores importantes da economia topam reduzir a jornada. Talvez não para 40 horas num primeiro momento, mas para 42”, pondera.
Os empresários defendem que a discussão sobre a redução se dê em negociação entre as partes para cada setor. O problema, na visão dos trabalhadores, é que em segmentos menos articulados ou com maiores pressões sobre o emprego.