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No dia 3 de agosto, a Record chegou a ficar cinco horas, não-consecutivas, à frente da Globo no Ibope. “A audiência da TV brasileira está em plena transformação”, diz Celso Freitas em uma matéria da Record, praticamente um vídeo institucional, exibida dias depois no Domingo Espetacular, o programa criado para competir com o Fantástico. O motivo da reportagem era claro: comemorar o mau desempenho da concorrente no mês passado, que perdeu 14,5% dos espectadores em comparação a julho de 2009, a maior baixa de todas as emissoras.
Em um passado não muito distante, a Rede Globo era líder absoluta em audiência e preferência na TV brasileira. Hoje, a emissora ainda segue na liderança, mas já não é campeã inconteste – a distância para a segunda colocada diminuiu, e muito.
A queda de audiência na TV aberta no Brasil é geral, perdendo espaço para a Internet e TV por assinatura, mas impressiona o quanto a Record conseguiu crescer na última década, em meio a esse cenário pouco favorável.
Em 2004, quando a emissora afirma ter dado início ao “plano para alcançar a liderança”, a média-dia das 7h à meia-noite, segundo o Ibope, era de 3,3 pontos. Em julho de 2010, o número subiu para 7,2 pontos, aumento de 118%. No mesmo período, a Globo caiu de 23,4 para 19 pontos (-23%) e o SBT, então tranquilo na segunda posição, passou de 8,1 para 5,5 pontos (-47%), em terceiro lugar, ameaçado por Band, Record e Rede TV!.