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Ele é acusado de violação de sigilo funcional e fraude processual durante a Operação Satiagraha. O juiz da 7.ª Vara Criminal Federal em São Paulo, Ali Mazloum, aceitou substituir a pena por serviços à comunidade, “preferencialmente de atendimento a queimados”.
Protógenes pretende recorrer. Em viagem à Espanha, a trabalho como consultor da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o ex-delegado promete conceder entrevistas à imprensa a partir desta quinta-feira (11). As informações foram concedidas à Rede Brasil Atual pelos assessores do deputado eleito.
Com a decisão, ele não poderia assumir o mandato de deputado, cargos eletivos, nem função ou atividades públicas. O advogado de defesa Adib Abdouni vê possibilidades de reverter a sentença. “Vamos recorrer para que ele seja absolvido. A Satiagraha foi um trabalho de repercussão nacional porque a investigação foi muito bem feita”, disse àAgência Estado.
A Satiagraha investigou um esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo grandes empresários. A operação ganhou notoriedade porque, em julho de 2008, Daniel Dantas, do grupo Opportuniry, e Naji Nahas, investidor do mercado financeiro, foram presos junto de outras 15 pessoas. O episódio teve repercussão nacional.
A conduta de Protógenes foi questionada em investigação interna da própria Polícia Federal. O inquérito sustenta que foram empregados 80 integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na investigação. Embora defendida pelo ex-delegado, o procedimento é classificado como “arapongagem” e ações “típicas de regimes totalitários” pelo juiz Mazloum.
Livro e eleição
Críticas ao relatório de Protógenes e suas relações com a imprensa renderam até livro. O jornalista Raimundo Pereira, da Retrato do Brasil, lançou o livro “O escândalo Daniel Dantas, duas investigações”, em que usa termos como “besteirol” e “rol de disparates” para qualificar o trabalho investigativo. O volume foi lançado em setembro deste ano.
Protógenes conseguiu 94,9 mil votos para deputado, o que lhe garantiu uma vaga, em função da conquista de mais cadeiras pela coligação a que pertencia. Na campanha, episódios como a prisão de Dantas e de figuras públicas como o ex-prefeito Paulo Maluf (PP-SP) foram usadas como trunfos políticos.