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Os petroleiros podem entrar em estado de greve a partir desta quarta-feira (29), com perspectiva de decretar paralisações na próxima semana. O objetivo é pressionar a Petrobras a apresentar propostas de participação nos lucros ou resultados (PLR). O indicativo de paralisação definido pelo conselho deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) precisa ainda ser analisado em assembleias.
Com base na Lei 10.101/200 e a Resolução 10, do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest, vinculado ao Ministério do Planejamento), que define regras para o pagamento de PLR, a categoria reivindica o montante de 25% do valor de dividendos distribuídos aos acionistas da Petrobras. Entre os indicadores propostos pela FUP, está o lucro operacional líquido, custo de extração sem participações governamentais, produção de petróleo e gás natural no Brasil e processamento.
Dados da subseção da FUP do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que o lucro líquido da Petrobras subiu 16,95% de 2009 para 2010, enquanto os dividendos cresceram 40,42%. Segundo a FUP, a empresa não apresentou propostas nem garantiu que vetaria privilégios a cargos de gerência. A Petrobras deu prazo até 15 de agosto para o final das negociações que, no entendimento dos sindicalistas, seria estender o tempo sem necessidade.
Caso a paralisação seja aprovada pelos petroleiros, há calendário definido para áreas distintas. Na próxima quarta-feira (6), funcionários de Exploração e Produção (E&P); na quinta (7), das refinarias e na sexta (8), nas termelétricas, setor de biodiesel e unidades administrativas. Atualmente, a Petrobras conta com cerca de 70 mil funcionários.
Procurada pela Rede Brasil Atual, a estatal informou que busca entendimentos sobre a PLR e que a expectativa da companhia é buscar “uma solução que atenda aos anseios dos empregados e seus representantes”.
Uma nova reunião com o conselho deliberativo da FUP está marcada para sábado (9).
Greve de 2009
A última greve de petroleiros, segundo a FUP, ocorreu em 2009, também em decorrência do pagamento de PLR. Embora tivesse anunciado inicialmente que a primeira parcela de 30% do valor, geralmente paga em janeiro, não seria adiada por causa da crise econômica da época, cerca de R$ 240 milhões deixaram de ser pagos aos funcionários.
A paralisação terminou com proposta de pagamento de horas extras de feriados e a criação de regras para a PLR. Mas durante o processo, a federação denunciou práticas antissindicais, incluindo corte de comunicação dos petroleiros nas plataformas.
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