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Metalúrgicos, sapateiros, têxteis, trabalhadores nas indústrias da alimentação, químicos, bancários, professores, radialistas, trabalhadores nos Correios, nas empresas públicas, funcionários públicos vindos de diversos estados e de todas as regiões do País se encontraram para mais uma Plenária Nacional da Intersindical vindo de intensas lutas e se preparando conjuntamente para as próximas batalhas.
Nos dias 06 e 07 de dezembro, analisamos o momento em que vivemos, as ações que o Capital com seus governos preparam contra os trabalhadores e reafirmamos nossa principal tarefa enraizar o trabalho de base em cada trincheira que estamos e nas que estamos por chegar para além de enfrentar os ataques para que a luta seja de resistência e principalmente de avanço no enfrentamento de classes.
Ampliar nossa organização em cada ramo de atividade onde estamos
Consolidar os Sindicatos como instrumentos de luta, potencializar e seguir ampliando as Oposições contra os pelegos e garantir organicidade aos ramos de atividade onde estamos presente são ações prioritárias para o próximo período.
Na tarde de sábado avaliamos nossa ação nos ramos e definimos garantir a regularidade de espaço de encontro com os trabalhadores nas indústrias, bancários e funcionários públicos. Nesses 8 anos de consolidação da Intersindical mantivemos e ampliamos nosso trabalho em diversas categorias no País, com nosso exemplo prático, sejam nas greves, campanhas salariais, lutas gerais estamos em cada ramo fazendo uma ação comum: negando o pacto social, pacto esse que significa para os trabalhadores derrota das conquistas que tivemos fruto da luta direta, redução de salários e direitos. Fruto de nossa ação em cada local de trabalho mantivemos direitos, em diversos outros ampliamos, garantimos aumentos salarias, não aceitamos a redução do preço de nossa força de trabalho e assim temos nos tornado uma referencia para os que nãos sucumbiram a parceria com o Capital.
Nas trincheiras que se consolidam e se ampliam, também vamos retomar o que foi tirado dos trabalhadores pelos pelegos, exemplo fundamental e nossa prioridade é a luta para garantir que novas eleições sejam realizadas em Franca, pois a eleição para o Sindicato dos Sapateiros foi fraudada pela Força Sindical com o apoio dos patrões. Os sapateiros seguem firmes com a Chapa de Oposição e junto ao legítimo Sindicato da Pe.Anchieta.
No domingo retomamos a discussão já iniciada na Plenária de 2009 e no III Encontro Nacional de 2010 sobre gênero, etnia, Lgbt. Reafirmamos nossa resolução de que essa discussão não deve ser um tema colocado à parte, mas sim estar dentro das ações do conjunto, pois para nós não é gueto e nem a negação das especificidades, para nós a discussão e ação sobre gênero, etnia e LGBT faz parte do enfrentamento direto contra o Capital que se utiliza da opressão, do preconceito e da discriminação para aumentar sua exploração ao conjunto de nossa classe. Definimos a criação de um Coletivo que junto à Coordenação nacional deverá não só garantir a regularidade da discussão como também potencializar as ações em cada local onde estamos.
Potencializar o enfrentamento contra as condições de trabalho impostas pelo Capital que adoecem e matam
Consolidamos a criação do Coletivo nacional de Saúde do Trabalhador que junto a Coordenação nacional terá a tarefa de reunir, socializar e potencializar nossas ações e enfrentamentos contra as condições de trabalho impostas pelo Capital e sustentadas pelo Estado que adoecem e matam nossa classe.
Aprofundar em cada local de trabalho nossa organização e assim potencializar a nossa luta
No momento em que realizamos nossa Plenária, no centro do sistema capitalista a recuperação provocada pelo conjunto de medidas aplicadas em 2008/2009 ainda se mantém, mas tanto lá no coração do imperialismo e também na Europa, Ásia e nas economias dominadas os germes da próxima crise periódica do Capital já estão em pleno desenvolvimento.
E no Brasil, passado o frisson das eleições, na continuidade do governo democrático e popular, para que não haja dúvida de que se comportará como um bom gerente dos negócios da burguesia, ministérios a gosto do Capital: para o Desenvolvimento; o ex- presidente da Confederação Nacional da Indústria, para a Fazenda; o queridinho dos parasitas do sistema financeiro e para a Agricultura a porta-voz do agronegócio e do que sobrou do latifúndio.
Mas só isso não basta. Para garantir uma nova rodada de pacto social: na mesma semana que os novos ministros eram anunciados, a maioria das centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT entre outras), tendo a CUT como porta-voz entregavam ao governo Dilma uma proposta para gerir a crise do Capital: pela proposta, não será “nem o Capital, nem os trabalhadores” a definir quando há crise, mas sim a mão do Estado que irá arbitrar se há crise ou não. Chancelado que “estamos em crise”, jornadas seriam flexibilizadas e salários poderiam ser reduzidos em no “máximo” em 30%.
Tem mais: no principal laboratório da conciliação de classes, no ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo junto com a Volks tentou aprovar uma proposta que cancela o acordo salarial que vai até 2016. Pela proposta em 2015 não haveria nenhum reajuste salarial e o acumulado pelo INPC seria convertido em abono, para o ano de 2016 se o INPC atingir 6% por exemplo, seriam repassados apenas 4% e o restante novamente seria convertido em abono. É a nova modalidade de redução do preço da força de trabalho: redução de salários direto no Acordo Coletivo da Campanha Salarial.
Tempos difíceis, mas carregados de potencialidade para o salto de qualidade de mulheres e homens que não se renderem a conciliação com o Capital, não se submeteram ao Estado.
Ampliar nossa ação como classe para além das trincheiras, um ano em que juntos estivemos com nossos companheiros metalúrgicos do México, do Uruguai e na Plenária junto conosco nossos irmãos do Haiti, consolidar a solidariedade internacional da classe é também uma das principais tarefas, estreitar laços com aqueles que como nós pelo mundo afora estão em luta contra os pacotes dos mais diversos governos que têm por objetivo garantir mais um ciclo de prosperidade para o Capital.
Portanto a prioridade do próximo período é seguir no rigor da analise, na ação independente em relação aos patrões e governos, autônomo em relação aos partidos e em cada local de trabalho ampliar nossa organização e assim potencializar a luta por nenhum direito a menos, para avançar rumo a novas conquistas e a cada passo dessa luta construir a força necessária por uma outra e nova sociedade, uma sociedade socialista.
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