Compartilhe
A colação de grau dos formandos 2010 ocorreu no último dia 10 de janeiro. Receberam o certificado a vítima Meire Rose Morais e a agressora Tatiana Fochi Airosa, que utilizou uma lista pública de e-mails para ofender a colega. Na ocasião, o diretor do curso, professor Marcelo Figueiredo, reconheceu a existência de racismo. Meire afirma que seu advogado irá protocolar, nesta sexta-feira (11), um requerimento cobrando um posicionamento da Reitoria.
“Se não está lá a documentação que comprova o ato e as testemunhas [não foram ouvidas], é sinal de que a sindicância não fez nada. Se eles estão prorrogando, não avisaram a gente também. Nem essa satisfação a gente teve oficialmente.”
Meire estuda a possibilidade de entrar com um processo criminal. Em vigência desde 5 de janeiro de 1989, a Lei 7.716 transformou o racismo em crime inafiançável. Desde então, ficou proibido “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia”, com previsão de pena de até três anos de prisão, mais o pagamento de multa. Meire defende alterações na lei e uma definição mais objetiva das situações que podem ser caracterizadas como racismo.
“Eu entendo que o que aconteceu comigo é racismo pelo tom de superioridade que ela coloca. E a lei deixa passivo de interpretação. Como os nossos juízes, em grande maioria ainda fazem parte dessa sociedade que tem preconceito, eles nunca dizem que racismo é racismo. Muitas vezes apenas é interpretado apenas como injúria.”
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.