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Início da manhã do dia 25 de novembro de 2020, trabalhadores que moram nas cidades de Taquarituba e Itaí interior de São Paulo entraram no ônibus para enfrentarem mais uma dura jornada de trabalho na fábrica têxtil Stattus Jeans na cidade paulista de Taguaí.
Nessa manhã de 25 de novembro antes de enfrentarem a dura realidade da pesada jornada de trabalho e dos baixos salários se encontraram com a morte provocada pelas muitas condições impostas por esse sistema capitalista que se mantém atacando os direitos e vida da classe trabalhadora.
Dos 50 trabalhadores que entraram no ônibus, 41 morreram num acidente que, além de trânsito é um acidente de trabalho, pois a fábrica onde trabalhavam não garantiu transporte seguro para que se deslocassem de suas casas para o trabalho.
A prova escancarada disso é a declaração mentirosa do advogado da empresa ao dizer que o transporte não era de responsabilidade da empresa e a lotação foi “contratada pelos trabalhadores”, ou seja, a empresa não garantia transporte seguro aos trabalhadores até ao trabalho e assim os trabalhadores foram obrigados a entrar no ônibus da empresa Star Turismo que além de não ter licença para funcionar não tinha nenhuma condição segura para circular.
Os meios de comunicação privados do Capital noticiaram o acidente como um dos acidentes de trânsito mais graves nos últimos 20 anos nas estradas de São Paulo, mas nada, nenhuma palavra sobre a responsabilidade da fábrica que esperava esses trabalhadores para serem mais explorados em suas linhas de produção.
Para além da apuração do que aconteceu no momento do acidente, o fato é: a empresa têxtil não garantiu transporte seguro, o acidente é além de trânsito, é principalmente acidente de trajeto rumo ao trabalho, portanto é acidente de trabalho que matou 41 TRABALHADORES.
Os corpos arremessados na estrada não são números para serem contabilizados nas estatísticas de acidentes de trânsito nas estradas, os corpos arremessados nas estradas são vidas de trabalhadores arrancadas por esse sistema capitalista que sobrevive atacando os direitos e vida da classe trabalhadora.
Não foi mais um acidente de transito, não foi uma fatalidade, foi acidente de trabalho, foi crime contra a vida de dezenas de trabalhadores. Além de exigir a devida caracterização do acidente como acidente de trabalho exigimos punição contra todas as empresas envolvidas em mais esse crime contra a vida dos trabalhadores.