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Por Daniele Silveira
Para o integrante da UNEafro Brasil, Douglas Belchior, o número não é consequência da Lei de Cotas, mas o resgate da identidade da população negra a partir da luta dos movimentos do setor.
“Não acredito que hoje seja 50% de afrodescendentes inscritos. Eu acredito que isso deve ser uma permanente. Existe hoje uma condição de identificação muito melhorada. Esse resgate de identidade faz com que a população se veja como negra, passe a autodeclarar isso nos diversos momentos em que é necessário.”
Belchior, ainda defende que a Lei de Cotas é uma política necessária, mas que precisa ser aprofundada. Para ele, a aplicação progressiva do sistema de cotas, que tem previsão de atingir a meta em quatro anos, é lenta.
“É ainda em uma velocidade muito aquém da necessidade. E aí percebendo que vai ser primeiro 12%. Percebe que o percentual relativo ao negro está sempre em segundo lugar. O primeiro recorte é estudante de escola pública, o segundo recorte é o racial.”
A lei de cotas, sancionada no dia 29 de agosto, determina que instituições federais de ensino superior destinem pelo menos metade das vagas para estudantes que tenham feito todo o ensino médio em escolas públicas, de forma gradual. Além disso, o projeto também estabelece critérios complementares de renda familiar e étnico-raciais.
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