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Por Jorge Américo
Os indígenas Kayabi e Munduruku, que vivem na divisa dos estados do Mato Grosso e do Pará, prometem uma reação contra a construção de 16 barragens na região. Para eles, além da perda dos peixes e da navegação, uma das questões mais graves é a destruição de três locais considerados sagrados, no rio Teles Pires.
Segundo a crença, nos Morros do Jabuti e dos Macacos, e num conjunto de cachoeiras conhecidas como Sete Quedas vivem os antepassados indígenas. Caso seja permitida a violação desses locais, que formam a “cidade dos mortos”, grandes tragédias se abaterão sobre a região, como informam lideranças Munduruku.
As usinas Teles Pires, Colíder e Sinop já estão em execução, sem os estudos sobre demarcação de terras terem sido concluídos. No Teles Pires, as explosões na área já começaram, mesmo com a usina sendo questionada pelo Tribunal de Contas da União e por ação judicial do MPF.
A principal queixa dos índios é a ausência de consulta sobre os empreendimentos. Para o MPF, “o governo brasileiro não se preocupou em identificar e estudar a importância cosmológica, mitológica e religiosa do rio, desrespeitando o direito dos índios à própria identidade cultural”.