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Por Daniele Silveira
Onze imóveis na cidade de São Paulo foram ocupados simultaneamente pela Frente de Luta por Moradia (FLM) no início da madrugada desta segunda-feira (29). No centro da capital foram nove prédios ocupados, além de uma escola na zona norte, que está há quatro anos interditada, e um terreno na zona sul de cerca de 20 mil metros quadrados.
O coordenador da FLM, Osmar Borges, explica que as ações acontecem devido à demora do governo municipal em realizar as desapropriações acertadas para construção de moradia social.
“Essas ocupações foram motivadas em função da inércia do governo em agilizar as desapropriações dos prédios que já eram em comum acordo em negociações que seriam desapropriados prédios no centro para fazer moradia para as famílias de baixam renda.”
Borges também destaca que os imóveis ocupados possuem uma característica em comum.
“São imóveis que estão há muito tempo abandonados. Um dos imóveis que nós realizamos ocupação, na Avenida Prestes Maia, está há 30 anos abandonado.”
O terreno ocupado, na Estrada de Itapecerica, é reivindicado por movimentos de moradia da região, que querem sua desapropriação e que no espaço sejam construídas casas através do programa federal “Minha casa, minha vida”.
A Frente de Moradia defende a realização de um levantamento de todos imóveis abandonados no centro expandido da cidade de São Paulo, depois em todas as outras regiões. O movimento quer que essas propriedades sejam desapropriadas e destinadas à habitação, cumprindo assim sua função social.
O Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que existem 290 mil imóveis não habitados na capital paulista.
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