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Mais uma decisão do Tribunal de Justiça tentou impedir a manifestação, que por fim ocorreu neste sábado (Foto: Lucas Duarte de Souza. Rede Brasil Atual)
Cerca de 5 mil pessoas percorreram as ruas da cidade de São Paulo distribuindo flores e levantando bandeiras. O que uniu adultos, crianças, jornalistas, deputados, feministas, artistas de rua e outros tantos em plena tarde de um sábado (28) de inverno foi a defesa da liberdade de expressão e o repúdio à violência policial.
A exemplo da semana anterior, em que a até então Marcha da Maconha fora proibida pelo Tribunal de Justiça (TJ) a pedido do Ministério Público, a Marcha da Liberdade transcorreu sob proibição. O desembargador Paulo Antonio Rossi entendeu que manifestação convocada pela internet seria um pretexto para apologia a drogas e ao crime. Para o deputado Ivan Valente (PSOL), o Ministério Público cometeu um erro grave ao intervir em uma manifestação pela liberdade de expressão. ” O direito de expressão é sagrado e previsto na Constituição. Além do que a Polícia Militar vem exorbitando das suas tarefas”, apontou o parlamentar, que caminhou na linha de frente do ato.
O diferencial neste sábado foi que depois das cenas de violência e repressão policial ficarem em evidência na mídia, o comando da Polícia Militar negociou com a organização da passeata: se não houvesse nenhuma menção a drogas ou a qualquer outro crime, os manifestantes poderiam seguir o percurso sem problemas – e ainda “acompanhados” por mais de 250 policiais.
A ocupação das ruas de São Paulo de uma forma pacífica. Mães com crianças de colo, pessoas com seus cães e outros tantos tipos cantaram e defenderam suas ideias saindo do vão do Museu de Arte de São Paulo, o Masp, e chegando à Praça da República, no centro. Não houve incidentes graves. Um problema isolado que resultou na prisão de dois rapazes, que resolveram chutar, cuspir e agredir uma equipe de televisão que estava dentro de um carro no começo da Rua da Consolação.
Para driblar a censura imposta em relação às drogas, os manifestantes inventaram várias palavras de ordem, como “Ei, polícia, pamonha é uma delícia” e algumas pessoas usavam amarras na boca simbolizando a censura sofrida com a proibição do TJ.