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Depois de mais de 20 anos dedicados ao trabalho na Rádio e TV Cultura, da Fundação Padre Anchieta (FPA), a jornalista Cláudia Tavares, do programa Repórter Eco, foi demitida ilegalmente nesta quinta feira (21).
Como foi membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, ela encerrou seu mandato como cipeira, há pouco tempo, por isso Claudia ainda tem estabilidade de um ano, após o mandato, conforme determina o Artigo 165 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Com o aprofundamento do sucateamento e desmonte da emissora pública paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prossegue com seus ataques aos trabalhadores da emissora, que já foi premiada como uma das melhores do mundo.
“O Sindicato vai tomar todas as medidas cabíveis porque não se trata nem de reverter, mas de anular essa demissão por ser uma medida totalmente ilegal”, afirma Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.
Trajetória
Cláudia trabalhou na empresa há mais de 20 anos e em diversas ocasiões foi escalada para receber os prêmios conquistados pela emissora, pela exibição do programa e pelo trabalho produzido em conjunto com outros trabalhadores. Cláudia iniciou seu trabalho na TV Cultura no telejornal 60 Minutos, mas foi durante os últimos 18 anos que se destacou fazendo reportagens para o Programa Repórter Eco. Em algumas ocasiões chegou a apresentar o programa.
Engajamento
Há quase três anos sem reajuste salarial, os Jornalistas se uniram a luta dos Radialistas porque a FPA deixou de aplicar a Convenção Coletiva de Trabalho das emissoras de Rádio e TV, com a desculpa de ser uma fundação pública, mas não dá estabilidade aos seus trabalhadores como os trabalhadores de serviços públicos.
Por conta disso, Radialistas e Jornalistas entraram em greve no início de setembro, onde Claudia esteve junto com os demais companheiros e companheiras na greve e no engajamento desta luta.
Levado a dissídio para julgamento pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), resultou na conquista de um Acordo Coletivo específico, que garantiu cláusulas sociais para os trabalhadores da Rádio e TV Cultura. Mas até o momento a Justiça não tomou a decisão de garantir reajuste para os salários, nem para cláusulas econômicas.
As duas categorias seguem organizadas, sem deixar continuar a luta, por vias processuais na Justiça do Trabalho.
Com informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo através de Flaviana Serafim