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Renata Giraldi
Agência Brasil
As autoridades de Honduras confirmam que pelo menos 358 pessoas morreram durante incêndio em uma prisão na província de Comayagua, no Norte do país, a 90 quilômetros da capital hondurenha, Tegucigalpa. De acordo com dados oficiais, foi o pior incêndio da história recente do país. No local havia 856 detentos – o dobro da capacidade permitida, segundo o ministro da Suprema Corte, Richard Ordonez, que conduz as investigações.
Ordonez disse que o fogo começou em uma ala com 105 presos – apenas quatro sobreviveram. A governadora do estado de Comayagua, Paola Castro, que foi assistente social na prisão, disse que recebeu um telefonema informando que a penitenciária seria incendiada.
O diretor do setor de penitenciária de Honduras, Danilo Orellana, disse que a maior parte dos detentos morreu por asfixia em diversos módulos da prisão. “[Muitos] morreram abraçados, uns se jogaram nos banheiros [na tentativa de escapar]”, disse um sobrevivente.
Fotos do local do incêndio mostram corpos carbonizados espalhados pelos corredores. Depois da divulgação de uma lista oficial com os nomes dos sobreviventes, um grupo de cerca de 300 pessoas tentou forçar as grades da prisão para entrar no local, mas os policiais impediram.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, pediu à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos o envio de uma delegação a Honduras para investigar o incêndio. Além dos mortos, há registros de feridos e queimados levados para diferentes hospitais de Comayagua – cidade de pouco mais de 58 mil habitantes.
Honduras, na América Central, tem elevado nível de criminalidade. Há 24 centros de detenção com capacidade para 8 mil pessoas, mas dados oficiais indicam que há cerca de 13 mil presos no país, que tem 7,7 milhões de habitantes.