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Silvia Alvarez de Tegucigalpa (Honduras)
Neste domingo (26), a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) criou um instrumento político eleitoral considerado pelo seu coordenador-geral, José Manuel Zelaya, “a maior força política criada para derrotar a oligarquia de Honduras”. A maioria dos 1500 delegados, vindos dos 18 departamentos do país, votou pela criação da Frente Ampla, durante a assembleia extraordinária “Da resistência ao poder”, em Tegucigalpa.
No discurso de abertura da Assembleia, Zelaya defendeu que a Frente Ampla deve ser um campo político que “combata a oligarquia; que se oponha à exploração do homem pelo homem e que não deixe que uma elite sequestre o poder do Estado para manter seus privilégios”. O campo político amplo deve aglutinar as diversas forças contrárias ao golpe de Estado, inclusive membros do Partido Liberal, pelo qual Zelaya foi eleito presidente em 2005 e que tem em suas fileiras vários representantes da oligarquia local como Roberto Micheletti.
“Acredito, sem dúvidas e sem vacilar, que a burguesia nacional perdeu o direito de governar esse país e deve ser destituída da nação hondurenha”, disparou o ex-mandatário em seu tom mais radical desde que regressou à Honduras. “Esta burguesia dona do capital, dona de tudo e com suas pretensões de ser dona de Honduras, não quer a democracia e não respeita a vida neste país”, acrescentou. A Frente Ampla deve preparar-se para participar da disputa eleitoral que se levará a cabo em 2013.
Outro acordo da Assembleia extraordinária foi a decisão de demandar ao governo de Porfirio Lobo Sosa a convocatória de um plebiscito para uma nova Constituinte, motivo pelo qual Micheletti justificou a execução do golpe de Estado, em 2009. No ano passado, a FNRP recolheu mais de um milhão de assinaturas pedindo pela convocação da Assembleia Constituinte.