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Gugu e a crise na TV Record
O apresentador Gugu Liberato pediu demissão nesta quinta-feira (6) da TV Record. Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, “tirado do SBT a peso de ouro em junho de 2009 para ser o principal artista da Record, ele não suportou a pressão e o corte de verbas de seu programa, realizados nos últimos meses. Decidiu deixar a emissora do bispo Macedo mais de quatro anos antes do fim oficial de seu contrato. O ‘Programa do Gugu’ do próximo domingo será o último do apresentador… Gugu não via mais condições de fazer o programa, uma vez que a emissora cortou praticamente toda sua verba de produção. Se continuasse, ele teria de fazer um programa exclusivamente de auditório”.
Ainda segundo a reportagem do UOL, “nos últimos meses, Gugu vinha sendo pressionado por bispos da Igreja Universal (ligados especialmente ao bispo-tesoureiro Romualdo Panceiro) a reduzir os gastos de sua atração e até aceitar uma redução no seu salário, estimado em R$ 3 milhões. A pressão vinha sendo feita de forma objetiva e também reptícia… O apresentador chegou ao limite da paciência e optou por aceitar ‘ser saído’. Não está descartada uma disputa litigiosa no futuro, uma vez que seu contrato com a emissora estava muitíssimo bem ‘amarrado’ – como se diz no jargão do business”.
“Cortando na carne”
A saída de Gugu Liberato confirma a séria crise vivida pela TV Record, que chegou a sonhar em disputar a hegemonia da tevê aberta com a Rede Globo. Nos últimos dias, mais de 400 funcionários foram demitidos do RecNov, o complexo de produção de novelas da emissora no Rio de Janeiro. Também cresceram os boatos sobre o fim de várias das suas atrações. Em entrevista à jornalista Keila Jimenez, da Folha, o vice-presidente da empresa, Honorilton Gonçalves, confirmou as duras medidas de “ajuste”, que preveem demissões, terceirização e redução de salários. O objetivo seria tornar a empresa “mais competitiva” para enfrentar a TV Globo.
“Na Record, o momento é de apertar os cintos. Até anteontem, 5% dos cerca de 6.000 funcionários das bases da rede em São Paulo e no Rio foram demitidos. E os cortes não devem parar por aí. Em entrevista à Folha, o vice-presidente da Record, Honorilton Gonçalves, 53, explica que a rede está ‘cortando na carne’ para se adequar ao atual cenário econômico do país, que anda estagnado. Com 15 anos de TV Record, o braço direito de Edir Macedo, proprietário da emissora e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, fala que postergou as demissões por dois anos e que agora os programas devem ser ‘rentáveis’”, resume Keila Jimenez.
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Altamiro Borges _Blog do Miro