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Esses fatos trazem a tona o debate sobre a contradição entre o desenvolvimento econômico, representado pelo PAC, e a superexploração dos trabalhadores, refletida nas greves e conflitos nos canteiros de obras.
Para o pesquisador do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores, César Sanson, os acontecimentos na construção da usina hidrelétrica de Jirau representam o modelo desenvolvimentista que o país adotou.
“A questão mais impressionante de Jirau é a social. A explosão da revolta operária contesta o modelo do Brasil moderno. Direitos desrespeitados, truculência e autoritarismo das empreiteiras, sofrimento imposto aos trabalhadores é o outro lado da história que ninguém viu e percebeu. Empreiteiras, sindicatos e governo ficaram surpresos com a revolta que truncou o acelerado andamento do projeto”.
Para o governo, a situação de conflitos requer “prudência” por parte das empresas e dos funcionários, como declarou na última terça-feira (29) o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Antes desse pronunciamento, uma reunião entre empresas, centrais sindicais e governo foi realizada, na qual se decidiu por formar uma comissão com representantes desses três segmentos. O primeiro encontro do grupo será nessa quinta-feira (31), para tratar das obras paradas em Jirau e Santo Antônio (RO).
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.