Compartilhe
Por Daniele Silveira
Após nove rodadas de negociação, sem acordo, bancários de todo o país entraram em greve por tempo indeterminado na última terça-feira (18). No primeiro dia de paralisação, 5.132 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram fechados em 26 estados e no Distrito Federal.
O número já é superior ao primeiro dia de greve do ano passado, quando o atendimento ao público foi interrompido em 4.191 agências. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, fala da adesão ao movimento.
“São mais de 130 sindicatos, que participam desse processo, com 530 mil bancários em todo o país. E assim como no ano passado, a tendência da greve é a cada dia que passa, a cada dia de silêncio dos bancos e da Fenaban [Federação Nacional dos Bancos], é dessa greve aumentar ainda mais.”
Entre as principais reivindicações do movimento estão o reajuste salarial de 10,25% (com aumento real de 5%). De acordo com os grevistas, a proposta feita pela Fenaban concederia reajuste de apenas 0,58% acima da inflação.
Os bancários ainda exigem maior participação nos lucros e resultados (PLR), mais segurança nas agências, fim das metas abusivas e da rotatividade, além de plano de cargos e salários para toda a categoria. Carlos Cordeiro destaca as contradições nos reajustes concedidos aos diretores.
“Enquanto os bancos estão se recusando a dar aumento aos seus trabalhadores eles estão ampliando a remuneração dos seus executivos. Estão crescendo em 9,7% a remuneração dos seus executivos, então o executivo que no ano passado recebeu R$ 7,4 milhões cada diretor de banco este ano alguns deles já irão receber R$ 8,4 milhões.”
Mais sobre o assunto
Bancos pagam R$ 8 mi para executivos, enquanto bancários têm piso de R$ 1,4 mil
Três maiores bancos já lucraram R$ 16 bilhões
Redução de postos de trabalho e jornada extensiva afetam bancários